Você é capaz de terminar uma relação afetiva via mensagem de texto? Uma pesquisa realizada pela Nokia em parceria com a TNS Research mostra que 15% dos brasileiros entrevistados já enviaram um “the end” pelo celular.
A pesquisa “Mais do que a tecnologia, é o que você faz com ela”, revela detalhes de como o brasileiro encara e lida com o mundo virtual e tecnológico nos dias de hoje, onde o crescimento de perfis nas redes sociais – como o Orkut, Twitter, Facebook e MSN – faz com que as relações interpessoais diminua.
A psicóloga Andrea Jotta, componente do Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática da PUC-SP, afirma que o ponto final via celular ou via internet acontece, geralmente, com quem começou uma relação no mundo virtual. “Este tipo de dispensa é mais chocante para quem não é adepto do virtual. Para aqueles que começam um relacionamento via web, com pouco contato físico, a prática é normal”, diz Andrea.
Amores reais ou virtuais?
Andrea frisa que é preciso cuidado ao conhecer alguém pela internet. É necessário mostrar sinceridade, se mostrar do jeito que realmente é e se relacionar com pessoas que busquem o mesmo que você. Não adianta usar máscaras na internet e participar de grupos que não tem nada a ver com seu perfil.
É muito comum rolar mentiras pela web. “Muitas vezes você pode conhecer uma pessoa que diz ser do Chile. Dias depois, a pessoa muda o discurso e diz que mora nos Estados Unidos. Peraí, tem alguma coisa errada? Será que a pessoa é filho (a) de diplomata ou está mentindo?” Fique atento a essas presepadas e lembre-se que por trás da máquina existe um ser humano que deve ser apaixonado por aquilo que você realmente é, honesto e coerente consigo mesmo e com seus desejos.
O que leva uma pessoa a terminar um relacionamento por torpedo ou via web? Andrea é direta e diz que se trata de covardia e fraqueza. “É o tipo de pessoa que visa facilitar seu lado, sem pensar no outro. É alguém superficial e incapaz de fazer o correto que é chamar a pessoa pra tomar um café, que seja, e falar o que sente na real”, diz a psicóloga.
A verdade é que a internet não substitui a vida pessoal e alguém que vive só nesse mundinho acaba perdendo muito. Segundo a especialista, muitos usam a internet como escudo e, nessas horas, é bom parar e analisar: Por que a minha vida na web é melhor e mais interessante do que a presencial? O caminho ideal a seguir é: tenho amigos, tenho uma namorada, tenho ambos na vida social e virtual, mas também tenho o poder de desligar o computador e ficar à vontade com minha parceira, abusando da presença, do cheiro e do toque dela, prazeres que a internet não proporciona.
Perfil dos canalhas 2.0
Será que uma pessoa tímida apela para o pé na bunda virtual como solução para o assunto? Andrea afirma com força que NÃO. “Os tímidos são muito cuidadosos com relacionamentos, principalmente quando eles avançam e saem da internet. Os adolescentes, os chamados “nerds” e os tímidos sabem usar a web e quais são os problemas que ela pode trazer. Os mentirosos e sacanas são, no geral, pessoas mais velhas, que gostam de assumir outra postura pela internet e acham que podem tudo”, diz a psicóloga.
A pesquisa realizada pela Nokia traz números interessantes:
- 15% dos brasileiros entrevistados assumiram que já usaram a internet para gritar ao mundo que seu relacionamento havia terminado.
- 66% dos brasileiros acreditam que dar intimidade para alguém online pode ser considerado traição.
- 34% dos entrevistados afirmaram que a internet ou o celular já prejudicaram, de alguma forma, o relacionamento.
- 35% dos entrevistados acham que quem leva um fora usa as redes para mostrar que está feliz.
- 63% dos entrevistados usam a tecnologia para tentar conquistar alguém, mas apenas 7% acham que dá pra conhecer bem uma pessoa só pela internet e só 18% acreditam em namoro à distância. Por outro lado, 26% já declaram amor publicamente na web!
Os dados apontam que é preciso ter cuidado ao conhecer alguém usando as tecnologias. Para 62% dos entrevistados, quem faz perfil nas redes sociais quer se mostrar melhor e mais bonito do que realmente é. As mensagens de celular são usadas por 27% para começar uma paquera e 47% dos entrevistados sentem-se mais livres para ousar nos xavecos quando estão usando alguma ferramenta tecnológica.