A Fórmula 1, apesar da queda de popularidade no Brasil, por conta da morte do tricampeão Ayrton Senna, em 1994, após acidente no GP de San Marino, e da frustração com os rendimentos de Rubens Barrichello e Felipe Massa, ambos alcançaram, no máximo, o vice-campeões, ainda desperta paixão e esperança nos aficionados pela principal categoria do automobilismo mundial. O AreaH preparou uma lista com os carros mais espetaculares da história da F1.
1 - McLaren MP4-4 (1988)
Em 1988, a McLaren, simplesmente, barbarizou! Foram 15 vitórias em 16 grandes prêmios disputados, sendo oito vitórias de Ayrton Senna contra sete de Alain Prost – recorde de vitórias de uma escuderia em uma temporada. A equipe conseguiu esse grande feito após a assinatura de uma parceria com a Honda, que garantiu à escuderia inglesa o motor V6 turbo de 1494cc, os mais poderoso da categoria.
O carro, batizado de MP4/4, foi o último monoposto da McLaren equipado com este tipo de propulsor. No final, Senna conquistou seu primeiro título na Fórmula 1, com três pontos de diferença para Prost. Nunca na história da categoria viu-se uma equipe tão forte.
2 – Williams FW14B (1991/92)
O único carro que chegou bem perto do MP4/4 da McLaren foi o modelo FW14B, evolução do FW14, da Williams, que fez de Nigel Mansell o campeão da temporada de 1992 com sobras. O bólido era tão superior aos outros, inclusive à McLaren, campeã de 88 a 91 (três títulos de Senna e um de Alain Prost), que o tricampeão disse que a equipe de Frank Williams tinha “um carro de outro planeta”.
O grande diferencial era a suspensão ativa, que já havia sido colocada em prática em 1991, com a assinatura do então jovem e promissor projetista Adrian Newey. O sistema revolucionário de controle aerodinâmico permitia que o monoposto anulasse as imperfeições do asfalto. Naquele ano, Mansell só não levou o título devido ao ótimo começo de temporada e da grande habilidade de Ayrton Senna, que forçou o erro do Leão na decisão do título, no Japão. Mas em 1992, só deu o inglês.
3 – Ferrari F2002 (2002)
Graças a Michael Schumacher, a Ferrari conseguiu encerrar um longo jejum de títulos. O alemão conquistou cinco mundiais defendendo a equipe italiana, a mais tradicional da F1. Mas, nesse período glorioso, o carro mais impressionante foi o modelo F2002, utilizado do início de 2002 até a quarta prova do campeonato de 2003.
Os números da máquina são impressionantes. O time de Maranello conquistou 15 vitórias em 17 Gps disputados, levou o título de construtores e viu Schumacher ser campeão e Rubens Barrichelo vice. Por pouco, o carro não teve rendimento similar ao da McLaren de 1988.
4 – RBR 7 (2011)
A temporada 2011 ainda não terminou, mas o carro RBR 7, da equipe austríaca Red Bull Racing, e do campeão por antecipação, o alemão Sebastian Vettel, já entrou para história como um dos melhores de todos os tempos. Além do expressivo número de vitória de Vettel, 11 até o momento, o piloto, de apenas 24 anos, está muito perto de bater o recorde de 14 pole positions numa mesma temporada, que pertence a Nigel Mansell. Mais uma obra-prima do engenheiro Adrian Newey, o carro da Red Bull sobra nas pistas.
5 – Tyrrell 003 (1971)
O Tyrrell 003, da hoje extinta equipe britânica Tyrrell, foi utilizado na temporada de 1971 e em algumas corridas de 1972. Já no primeiro ano, conquistou um Mundial de Construtores e de pilotos, com o escocês Jackie Stewart. Já em 72, foi vice em ambas as disputadas. Desenvolvido por Derek Gardner, o bólido teve um dos melhores chassis já projetados em todos os tempos na categoria. Para se ter uma ideia da importância deste modelo da Tyrrell, que obteve oito vitórias em 16 corridas, o mesmo está exposto no Museu Real da Escócia.
6 – McLaren MP4/13 (1998)
A saga das "flechas de prata" começou em 1997, inclusive com uma vitória logo em sua primeira corrida. Mas foi no ano seguinte que o projeto deslanchou. O modelo MP4/13 da McLaren deu o primeiro título de pilotos para o finlandês Mika Hakkinen. O sucesso do bólido é explicado pelo projeto, mais que arrojado do “midas” Adrian Newey, unido ao motor Mercedes, o mais potente da categoria naquele ano. David Coulthard, companheiro de Hakkinen, alcançou a velocidade mais alta naquela temporada: 353 km/h.
7 – Lotus 78 (1978)
Este carro foi um dos mais revolucionários da Fórmula 1, pois seu criador, o lendário Colin Chapman, lançou um olhar no futuro, com bastante profundidade, ao introduzir o conceito “carro asa”, que utilizava-se do efeito solo para ganhar estabilidade. O modelo 78, da Lotus, correu as temporadas de 1977 e 1978, sendo este o último ano de uma conquista da equipe inglesa, com o ítalo-americano Mario Andretti, além do caneco de construtores. Em 1979, todas as equipes copiaram, na cara dura, a invenção de Chapman.
8 - Benetton B195 (1995)
Em 1994, Michael Schumacher conquistou seu primeiro Mundial, sendo também a primeira vez que um carro da Benetton levava um piloto ao título. Apesar do grande talento do alemão, a morte trágica de Ayrton Senna, na terceira etapa daquele campeonato, em San Marino, abriu o caminho para ele. Por pouco, Damon Hill, que passou de segundo para primeiro piloto da Williams, quase foi campeão em 94, porque a Benetton, apesar de ter um carro equilibrado, não tinha um motor que fizesse frente ao propulsor da Renault, que equipava o time ingles.
Mas no ano seguinte, a montadora francesa passou a fornecer motores para a equipe de Schumacher. No final das contas, o alemão levou o bicampeonato com muito mais facilidade que no ano anterior, com nove vitórias naquele ano. E seu companheiro, o inglês Johnny Herbert, venceu em duas ocasiões.
9 – Maserati 250F (1954/1960)
Representando os primeiros anos da Fórmula 1, não haveria como deixar de fora esta máquina lendária da Maserati. O 250F foi guiado por monstros sagrados do esporte, como o argentino Juan Manuel Fangio, o inglês Stirling Moss e o italiano Alberto Ascari. Fangio, inclusive, ganhou dois de seus cinco títulos mundiais com esse carro*. Uma curiosidade é que esse foi o primeiro F1 a ser guiado por uma mulher, a italiana Maria Teresa de Filippis.
10 – Lotus 25 (1963)
Outra grande criação de Colin Chapman, o Lotus 25 foi o primeiro carro da categoria construído com chassi monocoque, que era uma estrutura com chapas de metal soldadas, utilizada no lugar do aço. Com isso, Jim Clark, que sagrou-se campeão mundial com a equipe, em 1963, tinha a máquina mais leve e veloz da categoria. Trata-se do primeiro triunfo da Lotus, que, de quebra, levou o Mundial de Construtores no mesmo ano.
*Juan Manuel Fangio começou a temporada de 1954 pela Maserati, mas mudou-se para a Marcedes no meio da temporada.