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Na trilha da Cerveja Artesanal Americana

Imagine uma cidade com cerca de 40 cervejarias, muitas delas bem próximas umas das outras. Esse lugar se chama Grand Rapids, fica no estado de Michigan e é conhecido como a capital da cerveja artesanal nos Estados Unidos. O AreaH foi lá conhecer.

Por Marcelo Ventura,
de Grand Rapids, Michigan

Fazer cerveja é igual fazer sopa. Você seleciona e prepara cuidadosamente os ingredientes, aquece a água e vai colocando os itens aos poucos, de acordo com uma receita. Dependendo de quem pilota o processo – aquela sua tia distante, que perdeu o paladar com o tempo, ou a sua avó cozinheira de mão cheia –, o resultado pode ficar muito bom ou ruim. Em Grand Rapids, no estado americano de Michigan, mestres cervejeiros modernos têm o mesmo status, fama e talento de elogiados chefs de cozinha. Eles criam cervejas marcantes, servidas em bares próprios e muito agradáveis.

Grand Rapids é um parque de diversões para os amantes da boa cerveja. A bela cidade de 200.000 habitantes, cortada por um rio e com ruas planas e calçadas largas é considerada a capital americana da cerveja artesanal e foi eleita pelo Lonely Planet um dos top 10 destinos dos Estados Unidos. São cerca de 40 cervejarias dentro do município – muitas delas pertinho uma da outra – e em seus arredores. E um turbilhão de pessoas, moradores e turistas, que lotam suas mesas e balcões.

A convite da Discovering Michigan, operadora de turismo fundada por brasileiros com sede na cidade, e da Grand Rapids Experience, a secretaria de Turismo local, o AreaH foi conhecer os produtores de cerveja do lugar e experimentar suas criações.

Antes, é preciso voltar um pouco no tempo. A tradição cervejeira nos Estados Unidos começou nos idos de1600, com os imigrantes ingleses. Em 1880 havia mais de 3.200 cervejarias no país. A Grand Rapids Brewing Co., por exemplo, hoje localizada num belo galpão no centro de Grand Rapids, já funcionava em 1892. Mas, como todos os produtores de cerveja do país, ela teve dificuldades para sobreviver no período da Lei Seca, entre 1920 e 1933, quando a fabricação, o transporte e o consumo de bebidas alcoólicas foram banidos dos Estados Unidos.

Na época da Proibição, alguns empresários passaram a fazer refrigerantes, a maioria fechou as portas e outros seguiram firme com seus tanques de cerveja de forma clandestina. Encostar num balcão de um dos vários bares de Grand Rapids, pedir uma cerveja e ouvir histórias sobre os fabricantes que se juntaram ao gângster Al Capone, em Chicago, para comercializar suas garrafas de cerveja lacradas nos porões de suas casas só aguça mais a curiosidade e o interesse pelo assunto.

Foto de época: Lei Seca

Um dos resquícios dessa época, quando os pequenos produtores escondiam barris em túneis e minas para evitar o confisco, a Founders, a principal cervejaria da cidade ainda guarda parte de seu estoque em depósitos subterrâneos.

Os ingredientes da cerveja

  • Lúpulo A florzinha da erva descoberta na era medieval passou a ser usada na cerveja por causa de suas características de conservação, numa época em que não existia refrigeração. Ela traz à bebida o amargor que conhecemos e outros aromas.
  • Fermento São microorganismos (fungos) que, adicionados à mistura, transformam o açúcar do malte em álcool e gás carbônico.
  • Cereais A cevada, por causa de sua riqueza de amido que pode ser transformado em açúcares no processo de maltagem (e depois álcool), é o principal ingrediente da cerveja. Mas outros grãos podem ser utilizados, como trigo, centeio e aveia.
  • Água Grau de pureza, pH e outros indicadores da qualidade da água são fatores que influenciam na produção. Para ficar pronta para o uso, a água passa por diferentes processos de filtragem e tratamento.

Depois da queda, a cultura cervejeira dos Estados Unidos ficou restrita aos grandes produtores e marcas, que dominavam o mercado. Nos anos 70, no entanto, americanos que viajavam à Europa e provavam cervejas diferentes voltavam para casa com outra mentalidade. Foi um renascimento da produção artesanal criativa. Na década de 90, o estado de Michigan entrou em uma nova era de ouro com a abertura de várias cervejarias e Grand Rapids passou a se tornar uma referência - para se ter uma ideia, no Brasil essa “nova onda” a começou a ganhar as cidades somente a partir dos anos 2000.

A atmosfera dos cervejeiros de Grand Rapids tem jeito de parceria, como a amizade nascida e criada num balcão de um bar. É comum funcionários e mestres cervejeiros de uma determinada marca sugerirem para os turistas que visitem outras casas. Também se ouve deles elogios a produtos da “concorrência”. Tudo isso remete aos tempos difíceis da Proibição, quando todos tinham de se unir para sobreviver e driblar a fiscalização. Também é comum acompanhar discussões acaloradas entre clientes/fãs sobre as qualidades da cerveja X ou Y – como se fossem discussão de futebol.

Como se faz cerveja

Mas o que faz as cervejas de Grand Rapids serem tão especiais? Para mim, o quarteto que rima: novidade, qualidade, variedade e disponibilidade, muita disponibilidade. Todas as cervejas são servidas “on tap” (ou na chopeira, como dizemos no Brasil), em bares próprios muito badalados – faz parte da cultura da cidade visitar esses lugares depois do trabalho, na hora do almoço, no meio da tarde, à noite...

Cada cervejaria local faz uma seleção de rótulos que vão para o tap, em esquema de rodízio, já que todas elas produzem vários estilos ao longo do ano, e oferecem degustações. Algumas dessas cervejas são sazonais e têm data para serem provadas, o que faz a festa dos consumidores – e, vamos ser sinceros, é uma ótima estratégia de marketing.

As diferenças entre cervejas Ales e Lagers

  • Fermentação: Alta. Microorganismos agem na superfície do tanque
  • Temperatura: 15 a 24ºc
  • Tempo de produção: 1 A 3 SEMANAS
  • CARACTERÍSTICAS: Cervejas mais complexas, com aromas, sabores e cores variáveis
  • Tipos: IPA, american pale ale, stout, porter
  • Fermentação: Baixa. Microorganismos agem no fundo do tanque
  • Temperatura: 8 a 12ºc
  • Tempo de produção: 30 A 90 DIAS
  • CARACTERÍSTICAS: Cervejas mais simples, produzidas em grande escala
  • Tipos: Lager, pilsen, bock, dark lager

O playground dos cervejeiros

Cervejaria Founders

Fotos na Founders

Quem faz isso muito bem é a Founders. Um de seus produtos mais aguardados é a cerveja escura KBS, que sinifica Kentuch Breakfast Stout. Trata-se de uma imperial stout densa, saborosa e potente – com 12,6% de álcool -, envelhecida por um ano em barris de carvalho usados para guardar o uísque bourbon. Ela é lançada apenas uma vez por ano (chega às lojas em abril), mas tem um festival próprio na cidade, onde vários bares oferecem a bebida no “tap” ao longo de uma semana.

Nos dias em que o AreaH esteve em Grand Rapids, a Founders resolveu fazer um pré-lançamento da KBS e de outra cerveja sazonal, a CBS (Canadian Breakfest Stout) – sempre em quantidade limitada por noite. Havia uma fila de pessoas do lado de fora, a uma temperatura de -3º C, debaixo da neve que caía, que esperaram quase duas horas para conseguir uma mesa no gigante bar. Como fomos conhecer a fábrica antes, não conseguimos provar a bebida naquela noite – ela havia se esgotado! Tivemos de voltar no dia seguinte, para uma nova “leva”. E valeu muito a pena.

A Founders é um playground para os aficionados por boas cervejas – e por si só já vale a visita a Grand Rapids. Não dá para cravar em pedra que ela é uma cervejaria artesanal se for levada em consideração o tamanho de sua produção.

Com uma nova ampliação anunciada em janeiro, a fábrica – que já produz 950 mil barris de cerveja por ano (mais de 111 milhões de litros) – vai alcançar a marca de 1,2 milhão de barris/ano (140 milhões de litros) e entrar para o grupo das cinco maiores cervejarias dos Estados Unidos, segundo declarou um de seus fundadores, Mike Stevens, em entrevista a uma emissora de TV local. O que a faz ganhar o rótulo carinhoso de “artesanal” pelos amantes de cerveja é a criatividade e o cuidado dos pequenos cervejeiros que a fábrica dispensa à sua grande produção.

Produção da Founders: 111.387.500 litros/ano | 60 estilos

Na visita à fábrica (elas custam de 10 a 30 dólares, conforme dia e se for acompanhada de degustação), fomos recebidos pelo o guia Mike. Ele nos levou para uma sala, abriu uma cerveja e ergueu um brinde perguntando como se dizia “cheers” em português. Em seguida, passou algumas informações e exibiu um filme sobre a história da companhia. E lá fomos nós para o passeio, depois de colocarmos óculos de proteção.

A barulhenta fábrica da Founders impressiona por sua magnitude. Tem tanques de preparo da bebida enormes (alguns deles, com mais de 15 metros, saem para o lado de fora do prédio), sistemas de engarrafamento complexos, esteiras, vários funcionários. Tudo isso é visto de cima, em corredores suspensos – não há contato dos visitantes com o processo industrial. Aos gritos, Mike nos passava informações sobre como se faz cerveja, os detalhes dos ingredientes, as características de cada um – e apontava para os tanques de aço inox reluzentes, para a área de empacotamento... Até que nos chamou de volta à sala de degustação para provarmos alguns rótulos da marca. Experimentamos ali seis cervejas, uma festa!

Depois, descemos para o bar da cervejaria, que estava bombando naquela noite. Com pegada pub, rock ‘n roll nas alturas, bilhar, mesões coletivos (que favorecem a interação com outras pessoas) e gente circulando com cerveja na mão de um lado para outro, dá para passar boas horas no lugar. Para acompanhar suas cervejas, a casa costuma servir lanches bem elaborados e petiscos. No local ainda funciona uma lojinha que vende produtos da marca – é impossível, se você ama cerveja, sair dali de mãos abanando.

As cervejas que eu gostei: Founders

  • KBS

    Imperial Stout
    12,6% de álcool

    Envelhecida em barris, tem perfume de uísque, é encorpada e faz juz à fama que tem.

  • CBS

    Imperial Stout
    10,6% de álcool

    Cheiro pronunciado de uísque, possuí textura que lembra o vinho e combina diferentes aromas de café e chocolate.

  • Dirty Bastard

    Scotch Ale
    8,5% de álcool

    Cerveja amarga, de cor rubi escuro, combina sete variedades de maltes em um sabor diferenciado.

  • Porter

    Porter
    6,5% de álcool

    Cremosa, equilibra amargor e doçura e tem notas de café.

  • All Day

    IPA
    4,7% de álcool

    Cerveja clara do dia a dia, é lupulada (amarguinha) na medida.

  • Mango Magnifico

    Double IPA
    10% de álcool

    Perfume de manga bem forte, é azeda e muito saborosa.

Outras cervejarias TOP em Grand Rapids


Cervejaria Brewery Vivant

Na contramão da Founders, há em Grand Rapids locais pequenos, aconchegantes e com ótimas cervejas também. Um deles é a Vivant, uma cervejaria de influência belga que funciona num galpão. Seu bar ocupa as mesmas instalações do que já foi, um dia, a capela de uma agência funerária – com direito a altar (para a cerveja, é claro), portas em formato de arco e vitrais, entre outros detalhes interessantes. Ali se bebe cervejas encorpadas, que harmonizam com os pratos e petiscos servidos. Provei, por exemplo, a linguiça de carne bovina acompanhada de uma batata gratinada e molho picante que estava ótima e me ajudou a encarar o “flight” com quatro cervejas que pedi para degustar.

Depois, fomos conhecer a enxuta fábrica, onde circulamos pelo meio dos tanques e máquinas. A Vivant tem uma preocupação forte com a sustentabilidade. Não usa garrafas para armazenar a bebida – só latas de alumínio. Segundo a filosofia da casa, é bom para a cerveja (tecnicamente bem protegida da luminosidade) e para o meio ambiente. Também doa 1% de seu faturamento para a caridade – faz questão de estampar isso em cada latinha de cerveja que sai de suas esteiras.

Fotos na Brewery Vivant

As cervejas que eu gostei: Brewery Vivant

  • Plow Horse

    Imperial Stout
    9% de álcool

    Encorpada e com espuma densa, tem forte sabor de tostado, café e caramelo.

  • Triomphe

    Belgian IPA
    6,5% de álcool

    É aromática, amarga e um pouco cítrica, tudo de forma balanceada.

  • Farm Hand

    French Farmhouse Ale
    5,5% de álcool

    É uma cerveja meio adocicada e rústica, de paladar bem interessante.

Cervejaria Grand Rapids Brewing Co.

Preocupação com o planeta também tem a Grand Rapids Brewing Co., que diz usar apenas matéria-prima orgânica, sem aditivos químicos. A cervejaria funciona num imenso e estiloso galpão no centro da cidade – antes ficava em outro endereço perto dali. A cervejaria, que tem registros de ter funcionado em 1892, sucumbiu depois da Proibição, teve seu nome usado nos anos 90 como uma loja de cervejas e só foi se recuperar mesmo em 2012, quando os proprietários do HopCat, um dos bares mais badalados da cidade que fica no outro lado da rua, compraram a marca.

O imenso bar, todo em madeira, tem grandes vidraças para a rua – o que confere um charme extra quando está nevando do lado de fora. Na degustação, chegam seis copinhos de cervejas distintas, num suporte bacana, acompanhados de água. O cardápio ainda oferece comidinhas para petiscar enquanto se bebe em grandes mesas ou no balcão.

Fotos na Grand Rapids Brewing Co.

As cervejas que eu gostei: Grand Rapids Brewing Co.

  • Rosalynn Bliss Blond

    Blond Ale
    5,2% de álcool

    É uma cerveha de sabor marcante, leve e ácida, com um delicioso perfume de manga.

  • Senator Lyon’s

    Stout
    5,4% de álcool

    Lembra o jeitão irlandês, com suas notas de caramelo e chocolate, mas é mais seca.

  • The Day Walker

    American Porter
    7,8% de álcool

    Potente, destaca-se pelo seu perfume de gengibre e sabor com outras especiarias, como canela.

Cervejaria Harmony Hall

Mas se você gosta de comer e combinar cerveja com a refeição o endereço é a Harmony Hall. Como o nome sugere, harmonizar é a pedida. Provei uma ótima salada de folhas com parmesão, castanhas, cramberries e mostarda de cerveja e especiarias em companhia de uma cerveja de trigo com cereja que ficou ótima. Depois, a tábua de embutidos, um deles para comer de colher, tirado de um pote, caiu bem com as demais cervejas. No lugar amplo e arejado, com um lustre que lembra o lúpulo, dá para fazer um almoço longo ou um jantar de celebração com os amigos.

Fotos na Harmony Hall

As cervejas que eu gostei: Harmony Hall

  • Oh Be Joyful

    Wheat Beer
    4,7% de álcool

    Fácil de beber, esta cerveja de trigo leva suco de cramberry e fica ótima com salada.

  • Tupelo Honey

    American Blond Ale
    6,3% de álcool

    Possui aroma adocicado de mel e florais, mas paladar bem amargo, contrastante, que causa surpresa ao beber.

  • Hoppy Farmer

    American IPA
    7,5% de álcool

    Cerveja IPA feita de trigo, bastante lupulada (amarguinha) e com detalhes cítricos.

Cervejaria The Mitten

Quem curte chamar a turma para beber e jogar conversa fora vai se dar bem na Mitten. Isso porque, além dos 14 rótulos oferecidos no “tap”, a cervejaria tem um ótimo menu de pizzas para harmonizar e forrar o estômago com estilo. Você escolhe o que beber e monta uma bandeja de degustação com os rótulos que pretende experimentar – eles são servidos num suporte de madeira em formato do estado de Michigan, onde os copinhos são encaixados. Os garçons estão ali para dar todas as informações necessárias.

A Mitten funciona num antigo prédio do corpo de bombeiros local. Quando você sobe as escadas, percebe os detalhes no salão superior, onde rolam shows de rock à noite. Ali há extintores antigos, capacetes, fotografias e outros apetrechos usados pelos homens de fogo.

Fotos na The Mitten

As cervejas que eu gostei: The Mitten

  • The Stretch Cream Ale

    American Ale
    4,5% de álcool

    Fácil de beber, levíssima e levemente amarga.

  • Dock's No-No DIPA

    Double IPA
    7% de álcool

    Cerveja forte, marcante e com diferentes nuances de amargor.

  • Country Strong

    IPA
    7% de álcool

    Equilibrada, não muito lupulada, combina armagor e toques cítricos.

Cervejaria Perrin

Outro ambiente muito interessante é o da cervejaria Perrin. Trata-se de um enorme galpão localizado em Comstock Park, um parque mais afastado do centro da cidade. Cervejeiros de plantão vão adorar beber enquanto acompanham, através de janelões, a movimentação na fábrica. Na outra ponta, as vidraças dão para a área externa – se estiver nevando, a visão é bem bacana; no verão, as janelas e portas são abertas para o parque verdinho que fica em frente.

A cozinha da Perrin funciona dentro de um food truck. De lá saem hambúrgueres ótimos, como o black and bleu, com um bifão alto, bacon, blue cheese, salada e pimenta, que cai bem com uma das várais cervejas escuras. Você pode pedir ali um “flight” com seis copinhos de cerveja ou se empolgar e ir direto para o de nove. São várias opções, separadas por grupos.

Fotos na Perrin

As cervejas que eu gostei: Perrin

  • Perrin Gold

    American Blond Ale
    4,8% de álcool

    Levinha, possui uma combinação de suavidade e frescor que a torna fácil de beber.

  • Russian Imperial Stout

    Imperial Stout
    7,5% de álcool

    Cerveja forte, marcante e bastante amarga, possuí um paladar achocolatado.

  • Black Goat

    Double Black Lager
    8,5% de álcool

    Envelhecida em barris de uísque, não é muito amarga e seu sabor remete a chocolate e baunilha

Cervejaria New Holland

Fomos conhecer ainda a fábrica da New Holland, que fica na cidade de Holland, a cerca de 40 minutos de Grand Rapids. Não há bar colado na fábrica aqui, mas a visita vale a pena. A New Holland faz a famosa Dragon’s Milk (”leite de dragão”, em português), uma imperial stout envelhecida em barris de bourbon que experimentamos num “tap” dentro da fábrica, em temperatura ambiente.

A história da maturação em barril na New Holland é interessante. Como não possuía barris de carvalho suficientes, a cervejaria decidiu fabricar também o próprio uísque e outros destilados para que seus recipientes fossem usados para acondicionar as cervejas depois. Tanto é que parte do espaço da fábrica é destinado para a produção de destilados.

O bar da New Holland fica no centro da cidade, distante da fábrica, um lugar bonito, parecido com a Campos do Jordão paulista ou com a Penedo fluminense. É um ponto badalado, amplo, cheio de burburinho durante a noite e com uma loja própria convidativa.

Fotos na New Holland

As cervejas que eu gostei: New Holland

  • Dragon’s Milk

    Stout
    11% de álcool.

    Envelhecida em barris, tem notas fortes de café e caramelo que lhe conferem um sabor quase adocidado.

  • Mad Hatter

    Indian Pale Ale (IPA)
    7% de álcool

    Bem aromática, tem leveza e amargor bastante pronunciado, ideal para beber sem compromisso.

  • Mischievous

    American Wild Ale
    5,5% de álcool

    Leve, é fácil de beber e ao mesmo tempo complexa com sua combinação maltes e especiarias.

O que há mais para fazer em Grand Rapids?

Entre uma visita e outra aos bares, a dica é sair para dar uma volta a pé pelo centro da cidade, em suas ruas limpas, calçadas largas e prédios históricos, entre várias lojinhas cheias de estilo (as mulheres vão adorar). Você vai notar muitas igrejas espalhadas pela área e prédios históricos. Se for visitar o lugar no inverno, dispense um tempo para curtir a Rosa Parks Circle, uma grande praça que se torna um rinque de patinação no gelo. E não deixe de passear pela Ponte Azul, que une duas partes da cidade sobre o Grand River – a arquitetura ali instiga o olhar.

Grand Rapids tem um time de hóquei, o Grand Rapids Griffins. Vale muito a pena conhecer seu grande ginásio no centro e assistir a uma partida. Os nativos levam toda a família, encontram amigos e fazem do jogo uma festa. Como são quatro tempos, dá para sair no intervalo para pegar uma cervejinha, vendidas ali mesmo do lado de fora.

Pontos turísticos

Durante nossa visita, estava rolando ainda o Michigan International Auto Show, um salão do automóvel local (veja fotos). Eventos como este ocupam o Devos Place, um lugar que também recebe espetáculos musicais e de dança (se estiver acompanhado e quiser agradar sua namorada ou mulher, vale a pena ficar de olho na agenda). Outra opção é o Frederik Meijer, um parque de jardins e esculturas (mais interessante nas estações quentes), e o museu local.

Quem leva?

A Discovering Michigan, uma operadora de turismo criada por brasileiros que fica em Grand Rapids. Os pacotes regulares da rota da cerveja têm duração de 8 dias e custam a partir de 1.990 dólares, com direito a hotel categoria superior com café da manhã, meia-pensão, tour pelas cervejarias (com degustações conforme descrito no programa), traslado privado e seguro viagem internacional – além de acompanhamento de guias brasileiros durante todo o tempo. Alguns pacotes promocionais ainda incluem passagem aérea e taxas de embarque. Saiba mais em www.discoveringmichigan.com.