Apesar da evolução nas formas de tratamento e prevenção, a AIDS continua sendo uma preocupação entre os médicos e especialistas brasileiros. Segundo dados do Programa Conjunto das Nações Unidas (Unaids), 15 mil pessoas morreram em decorrência do vírus HIV, o causador da AIDS, em 2015, somente no Brasil.
A Unaids ainda indica que a população vivendo com a doença no País passou de 700 mil, em 2010, para 830 mil, em 2015, fazendo com que o Brasil respondesse por mais de 40% das novas infecções na América Latina. Quem são essas pessoas? A maioria jovens, entre 15 e 25 anos.
Os meios de transmissão do HIV mais comuns são através de relação sexual desprotegida e compartilhamento de seringas, e os exames reconhecem a presença do vírus no organismo do indivíduo entre 30 a 60 dias após à exposição. Antigamente, encarava-se o diagnóstico de HIV como uma sentença de morte, acompanhada de intensa vergonha e exclusão social, mas, hoje em dia, é possível ser soropositivo sem abandonar a qualidade de vida, seguindo as recomendações médicas e tomando os medicamentos do coquetel contra AIDS.
Por ser tratada como uma doença que deveria ser ocultada a todo custo, pouco se debateu sobre o assunto e, assim, criou-se um ambiente propício para o surgimento de mitos a respeito do HIV. Para quebrar o tabu que envolve a doença e desmistificar as crenças infundadas, saiba agora o que é mito e o que é verdade quando o assunto é AIDS:
A MANIFESTAÇÃO DA AIDS PODE SER FATAL PARA O PORTADOR?
VERDADE. A doença é marcada pela fase mais avançada da infecção, quando a imunidade se torna muito baixa e permite o ataque de doenças oportunistas, como gripe e pneumonia. Debilitado, o paciente pode não resistir a essas doenças que atacam diretamente o sistema imunológico.
AIDS E HIV SÃO A MESMA COISA?
MITO. AIDS é a doença causada pelo vírus HIV, que ataca o sistema imunológico do portador. É possível passar muitos anos com o vírus e sem a doença manifestada. Mas isso não impede sua transmissão por relações sexuais ou pelo contato com o sangue contaminado.
É POSSÍVEL CONTRAIR O VÍRUS HIV NO SEXO ORAL?
VERDADE. Embora o risco seja significativamente menor se comparado a outras modalidades de sexo (anal e vaginal, por exemplo), as chances aumentam se houver alguma ferida aberta ou ejaculação na boca.
TODO PORTADOR DE HIV TEM AIDS?
NÃO NECESSARIAMENTE. HIV é o vírus, que pode ou não se manifestar em sua síndrome (AIDS).
NO BRASIL, É POSSÍVEL FAZER PREVENÇÃO MEDICAMENTOSA PARA EVITAR A CONTAMINAÇÃO DO HIV?
VERDADE. O ministério da saúde distribui a PEP (profilaxia pós-exposição), um conjunto de medicamentos anti-HIV que pode ser tomado até 72 horas após a situação de risco, durante 28 dias, para diminuir as chances de uma infecção pelo HIV.
SE O EXAME DER NEGATIVO, NÃO É PRECISO DE PREVENIR?
MITO. Se o exame der negativo, existe uma chance muito grande de que a pessoa não esteja infectada. Porém, se a pessoa tiver tido alguma exposição ao HIV durante o período chamado janela imunológica – período que o organismo necessita para desenvolver anticorpos detectáveis nos exames –, pode, sim, haver infecção com resultado negativo. Vale lembrar que, para os testes disponíveis no sistema público de saúde, considera-se como janela imunológica o período de 30 dias após situação de risco. Caso a pessoa acredite ter se exposto durante esse período, recomenda-se repetir o teste 30 dias depois.
É POSSÍVEL CONTRAIR VÍRUS HIV EM ESTÚDIOS DE TATUAGEM, MANICURES E CONSULTÓRIOS DE DENTISTA?
VERDADE. Além de outras infecções graves como hepatites. Por isso, é necessário que todos os aparelhos utilizados sejam descartáveis ou devidamente esterilizados antes de serem utilizados novamente.
MULHERES SOROPOSITIVAS PODEM ENGRAVIDAR SEM QUE O VÍRUS HIV SEJA TRANSMITIDO?
VERDADE. Se já estiverem em tratamento ou o iniciarem o quanto antes, o risco de transmissão para o bebê é bem menor.
É PRECISO HAVER PENETRAÇÃO PARA A TRANSMISSÃO DO HIV?
MITO. O HIV tem diversas formas de transmissão, inclusive pelo sangue. No entanto, o sexo com penetração é um dos que oferecem maior risco, especialmente se houver ejaculação ou feridas abertas em qualquer um dos órgãos envolvidos (pênis, ânus ou vagina).
TODA CAMISINHA É 100% CONFIÁVEL?
MITO. Nenhum método de prevenção é 100% eficaz. O preservativo, contudo, confere um grau de proteção muito alto, se utilizado da maneira correta. Além de prevenir contra uma possível gravidez indesejada, a camisinha “bloqueia” a maioria das DST’s.
QUEM TEM HIV NÃO PRECISA USAR CAMISINHA SE O PARCEIRO TAMBÉM TIVER O VÍRUS?
MITO. Ainda que o parceiro também seja HIV positivo é recomendado usar camisinha em todo contato íntimo porque existem diferentes subtipos do vírus HIV e eles possuem cargas virais diferentes.
A AIDS NÃO TEM CURA?
VERDADE. Mas isso não significa que o paciente não possa ter uma vida normal. Os tratamentos atuais são baseados na adesão rigorosa aos programas de regimes antirretrovirais (RARs) e medicamentos capazes de retardar significativamente a evolução da doença. Dessa forma, é possível prevenir infecções e doenças oportunistas, reduzindo a carga viral e na reconstituição do sistema imunológico.
Sobre Nathalia Marques
Curiosa e heavy user de internet, sempre amou tudo que envolve o universo do jornalismo. Nas horas vagas é fotógrafa, mãe de cachorro e leitora compulsiva.
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