Nos últimos anos, nunca vi a parceirada corintiana tão indignada com o desempenho pífio de um árbitro como foi contra o paraguaio Carlos Amarilla, que apitou o duelo da Libertadores de 2013 entre o time mosqueteiro e o Boca Juniors, no Pacaembu. Naquele jogo em que o Timão, então atual campeão da Libertadores e Mundial, foi eliminado pelos hermanos houve pelo menos três lances capitais – dois pênaltis não marcados e um gol legítimo – que deveriam ser anotados a favor do time paulista, mas não foram.
Entalado na garganta da corintianada até hoje – não torço para essa agremiação, é bom deixar claro –, Amarilla esta semana se viu em um rolo ainda maior. Tudo porque uma emissora de tevê da Argentina revelou gravações de escutas que apuram a máfia do futebol local que deixam no ar a possibilidade de o paraguaio ter favorecido o Boca a mando de dois cartolas argentinos. No papo entre o ex-presidente da Federação Argentina de Futebol (AFA), Julio Grondona, e o diretor da Escola de Árbitros da AFA e representante da AFA no Comitê de Arbitragem da Conmebol, Abel Gnecco, os dois caem na gargalhada ao comentar a atuação de Amarilla naquela partida.
E também dão a entender que foram eles os responsáveis pela escolha do árbitro. “O reforço mais importante do Boca no último ano foi o Amarilla”, diz Grondona. Bom, Amarilla foi afastado das arbitragens pela federação paraguaia, a história está sendo melhor apurada e o mimimi do Corinthians, que não quer deixar barato, voltou com força total. Infelizmente, ser garfado por esses homens de preto é mato no futebol. Listamos aqui 7 partidas notórias pela atuação desastrosa – para dizer o mínimo – dos homens do apito.
#1 Copa da Federação Paulista de 2006 – Santacruzense x Atlético Sorocabana
A árbitra Sílvia Regina teve o dom de validar o gol feito pelo gandula. É verdade. Nunca vi lambança igual. Veja aqui:
#2 Paulistão de 1998 – Corinthians x Portuguesa
O argentino Javier Castrili aprontou nos acréscimos do 2° tempo. O árbitro marcou pênalti em um lance em que o zagueiro César intercepta a bola com o peito dentro da área. O Timão empatou e beneficiado pelo regulamento (e juiz) foi à final.
#3 Copa de 1986 – Argentina x Inglaterra
Maradona salta aos 6 minutos do segundo tempo e, mesmo pequenino na frente do goleiro grandalhão Shilton, faz um gol com a chamada “Mano de Dios”. O juizão deu uma mãozinha também e anotou o gol pra Argentina, que eliminou a rival Inglaterra.
#4 Copa de 1966 – Inglaterra x Alemanha
Na prorrogação da final, o inglês Hurst chuta a bola que bateu no travessão do gol alemão e quicou sobre a linha. O juiz Gootfrie Dienst validou o tento que resultou em uma ajuda determinante para o único título mundial da Inglaterra.
#5 Brasileirão de 2005 – Corinthians x Internacional
Foi o ano da Máfia do Apito por aqui. Nesse jogo, Tinga foi derrubado pelo goleiro do Timão Fábio Costa. O pênalti foi mais claro que o amanhecer, mas o juiz Márcio Rezende de Freitas além de não anotar a falta expulsão o meio-campo colorado por simulação. Uma vergonha.
#6 Brasileirão de 1982 – Grêmio x Flamengo
O centroavante Baltazar cabeceia para o gol do Flamengo e o volante Andrade impede com a mão o gol que daria o título ao Grêmio Mas o árbitro Oscar Scolfaro não marca o pênalti, dizendo que a defesa fora feita pelo goleiro Raul.
#7 Paulistão de 1973 – Santos x Portuguesa
A Lusa errou as três cobranças na decisão por pênaltis daquela final de campeonato e o Peixe converteu duas das três que teve. A Portuguesa, portanto, tinha chance de empatar, mas o juiz Armando Marques encerrou as cobranças e declarou o Santos campeão. O técnico da Portuguesa juntou o time e sumiu do Morumbi. Sobrou para a Federação Paulista que teve de dividir o título entre os dois times.
Sobre Rodrigo Cardoso
Rodrigo Cardoso é jornalista. Escuta mais que fala. Deu certo na arte de contar histórias de gente (de Mandela a Andressa Urach) apesar da memória seletiva.
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