Anderson Silva, Maurício Shogun, Rogério Minotauro, Luiz "Banha" Cane. Esses são apenas alguns dos brasileiros que entram no octógono no dia 27 de agosto para representar o Brasil no UFC 134, que acontece no Rio de Janeiro. Mas não tem apenas marmanjos fortões no mundo do MMA, não. Já conheceu Paula Sack?
Depois de anos como repórter do Canal Combate, a jornalista de 30 anos tornou-se, em 2011, a primeira jornalista brasileira oficial no Ultimate Fighting Championship e conversou com a gente sobre o esporte e suas expectativas para o UFC Rio.
- Quem acredita que vai se destacar no UFC Rio?
O grande destaque vai ser o esporte no Brasil. O UFC Rio pode ser considerado como um divisor de água, pois aqui é o berço do esporte. A sensação é como se o esporte estivesse voltando para casa.
- Por que você acha que o esporte ganhou tanto notoriedade recentemente no Brasil? É porque os lutadores brasileiros se destacaram ou outro fator?
Os brasileiros sempre se destacaram. É impressionante ver o que é o esporte ao redor do mundo; o reconhecimento deles sempre foi muito grande lá fora. Não foi a vitória do Lyoto Machida ou a do Anderson Silva que destacou o MMA. O Anderson já era maior campeão. O que acontece é que a organização quer tornar o MMA um esporte global. Há um grande trabalho de mídia para divulgá-lo.
- Esportes de luta são muito criticados. Você vê o MMA como um esporte violento?
Tenho uma visão bem definida. Desde que estou trabalhando com luta, quero cortar a palavra violência. O MMA é um esporte de contato, agressivo, mas não violento. Violência está associada à covardia, e na luta os dois caras entram lá para se enfrentar. Vejo essa ideia de violência mais como falta de informação do que como preconceito, e com o UFC vindo para cá está sendo trabalhada essa falta de informação.
Luta dos sonhos?
Que pergunta difícil. Acho que gostaria de ver o Anderson Silva disputando numa categoria de cima, disputando o título. Ele já limpou a categoria dele. [O Spider está na categoria Peso-Médio e disputaria o cinturão que está com Jon Jones.]
- Uma mulher num ambiente predominantemente masculino chama atenção. Como é o seu relacionamento com os lutadores e os outros homens do MMA?
E eu chego botando moral. Não dou moleza para ninguém! (Risos) A galera me respeita para caramba. E nem quando eu entrei crua, eu sofria preconceito. Eu achava que entendia, mas não entendia. Foram anos de aprendizado, vivendo o esporte. E pode ter certeza que eu entendo mais que muito homem.
- E alguém já te cantou?
A galera me respeita para caramba, porque ali é um ambiente profissional, tanto para mim quanto para eles. O limite é sempre bem definido. E tem também a maneira de se portar: uma mulher no meio de um monte de homem tem que impor respeito. E além de não ter assédio no trabalho, diminui também na rua. Os caras me param na rua, com o maior respeito e falam de luta, pedem opinião. A abordagem é muito cuidadosa. Eles sabem que comigo o buraco é mais embaixo.