Comprar ou alugar? Essa costuma ser a primeira pergunta de muitos jovens que decidem sair da casa dos pais para dividir um novo teto com alguém. Logo de início, muito preferem optar pelo aluguel enquanto guardam dinheiro para a aquisição da casa própria, devido às altas taxas de financiamento e juros. A dúvida que sempre fica, entretanto, é saber quando aluguel pode acabar corroendo o poder de compra de um casal no futuro e quando é um bom investimento.
Bem, um fato é que, para quem procura algo em conta e um contrato mais curto, geralmente, o aluguel costuma ser uma boa saída. Por outro lado, quem quer logo um cantinho para chamar de seu, investir no sonho casa própria costuma ser o ideal. Tudo, claro, irá depender do perfil do casal e quais os planos a curto, médio e longo prazo.
“Atualmente, o aluguel está compensando para muitas pessoas devido à crise, pois os preços foram congelados ou sofreram desconto para os locatários manterem seus inquilinos”, afirma Felipe Império, especialista em planejamento financeiro.
Quem aproveitou essas boas condições foram o técnico em construção civil Hudson Paixão e corretora de imóveis Júlia Almeida, que, depois de quase cinco anos de relacionamento, decidiram alugar um apartamento para se livrar do enorme congestionamento que enfrentavam todas as manhãs para ir trabalhar. “Nós não aguentávamos mais ter que acordar às 5 da manhã e ficar parado em um trânsito de duas horas a duas horas e meia. Então começamos a procurar imóveis perto do nosso local de trabalho. Nós sentamos, fizemos as contas e acabamos escolhendo um lugar realmente muito bom e que cabia dentro do nosso orçamento [...] Não foi nada romântico do tipo vamos nos casar. Na verdade foi bem prático e analítico”, comenta Júlia, que mora de aluguel há um ano.
De acordo com Império, o aluguel tornou-se muito mais atrativo, financeiramente falando, para quem deseja morar com seu parceiro ou parceira devido à contenção nos preços de aluguel de imóveis (em 2015, os valores de locação caíram, em média, 3,34%). “Porém, a partir do momento que o aluguel voltar sofrer aumentos significativos (acima da inflação), é a hora de começar a planejar a compra de um imóvel”, afirma.
Mas, para os casais pouco preparados financeiramente, comprar um imóvel pode significar quase três décadas de taxas, juros e comissões. Além do que, se não gostarem de morar muito tempo no mesmo lugar, será uma opção frustrante em um curto prazo.
“A aquisição de um imóvel deve ser planejada com alguns anos de antecedência (pelo menos 2 ), pois é necessário poupar uma quantia mensalmente, estudar possíveis regiões, efetuar a logística para conciliar a distância do trabalho, por exemplo, e também é importante estar estabilizado na carreira (estabilidade na carreira significa empregabilidade, ou seja, dificilmente ficará sem uma renda)”, afirma Império. “Além disso, é preciso buscar oportunidades com um alto custo benefício." Como fazer isso? A resposta é simples: muitas construtoras fazem feirões durante o ano para liquidar os estoques e essa é a hora para quem quer comprar um imóvel com baixo custo e juros baixos.
Quem já está pensando em investir na casa própria, a recomendação no momento é aguardar um pouco mais. “Atualmente, todos os bancos estão praticando uma taxa de juros entre 12% e 13% para imóveis de R$ 150 mil a R$ 500 mil; acima de R$ 500 mil ,as taxas variam de acordo com o banco escolhido. Além disso, o percentual máximo financiado pelos bancos é de 80% do valor total do imóvel, e o maior prazo (dado pela caixa econômica federal) é de 35 anos. Tudo isso lembrando que o percentual de entrada deve ser equivalente a 30% do valor total do imóvel, e a parcela do financiamento deve comprometer no máximo 30% da renda bruta do casal”, diz o especialista.
Sendo assim, é muito importante se programar e pesquisar bastante antes de tomarem uma decisão definitiva. Também, é válido sempre lembrar que uma escolha como essa que não pode (e nem deve) ser tomada por impulso, senão o casal corre o sério risco de o sonho do “lar doce lar” acabar virando um pesadelo.
Sobre Nathalia Marques
Curiosa e heavy user de internet, sempre amou tudo que envolve o universo do jornalismo. Nas horas vagas é fotógrafa, mãe de cachorro e leitora compulsiva.
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