Pra começar, homens não são mais paranoicos que mulheres. Influenciados pelo medo e ansiedade, simplesmente agimos de maneira mais paranoica em relação a coisas diferentes. Você sabe.
“Nas mulheres, tende a ser mais com relacionamentos, e nos homens com a carreira. Isso tem a ver com a forma de criação, socialização e os ambientes em que cada gênero passa a maior parte do tempo”, garante Dr. Ganz Ferrance, PhD em Psicologia pela Andrews University de Michigan.
Em entrevista exclusiva ao AreaH, o especialista contou os sete efeitos que o processo de pensamento produz sobre o comportamento das pessoas. Leia a seguir e previna-se!
1. Você acredita que há evidências para a sua interpretação do mundo e os eventos que acontecem na sua vida. Qualquer coisa ou pessoa que desafia essas crenças é visto como parte da conspiração contra você, por isso é tão difícil quebrar este ciclo sozinho. Fora condições graves de saúde mental, às vezes as pessoas criam uma mentalidade onde interpretam as experiências de maneira negativa. “Isso pode ser desencadeado por um revés financeiro, lesões físicas, estresse em relacionamentos, etc. que tornam mais fácil ver negatividade por onde quer que você olhe”, explica o especialista.
2. Você não sabe que é paranoico. A paranoia geralmente está associada a outras complicações, e pode ser difícil de diagnosticar sozinha. Se ela for parte de uma condição mais séria (como esquizofrenia ou outras condições que envolvem pensamento delirante) ela pode ser autossustentável, carecendo portanto de ajuda profissional.
3. Sua mente ama tanto a si mesma que deseja que você esteja certo. Portanto ela te ajuda a enxergar evidências que corroborem o que você acredita. Em outras palavras, todos nós tendemos a ver mais daquilo que estamos procurando. Isso é o trabalho do “sistema de ativação reticular”, que controla a atenção e o foco em nosso cérebro. “Para escapar disso, você precisa ter consciência de sua mentalidade e ter explicações alternativas para os eventos que acontecem na sua vida. Se as coisas chegarem a um ponto onde você acredita que o mundo (seu trabalho, família, amigos, etc.) está contra você, é hora de se consultar com uma pessoa objetiva que você confia (como um treinador, coach ou psicólogo). Isso ajuda a ver as coisas mais objetivamente. Em alguns casos, a pessoa chega a se convencer de que a sua interpretação é a única correta”, alerta Dr. Ganz. Segundo o psicólogo, para se livrar da tentação de aprovar a própria interpretação como a mais correta, você precisa construir um plano de ação, seja para “conseguir um novo emprego, terminar o relacionamento, dar um tempo de família ou amigos.”
4. Você tem julgamento precipitado, portanto toma decisões precárias. Alguns dos fatos e problemas envolvidos com pensamento paranoico são aqueles que você tende a julgar mal o que está vivendo ou passando. Isto pode levar a uma decisão deficiente, que acaba gerando mais problemas – que por sua vez fortalecem a ideia paranoica original. “Se você acredita que o seu chefe e colegas de trabalho não gostam de você e estão falando de você pelas costas, você tende a ficar mais fechado, protegido e até mais negativo e conflituoso com eles”, exemplifica Dr Ganz. “Eles conseguem sentir sua inimizade, que faz com que eles te evitem ou te isolem. Você pode interpretar isso como mais provas de conspiração contra você, quando na verdade se trata de um ‘ciclo vicioso’, uma ‘profecia de auto realização’ que você mesmo criou.
5. Você pode limitar suas experiências. O PhD explica que por causa da forma distorcida que a pessoa vê o mundo quando sofre de paranoia, ela acaba impondo limites sobre si mesma, sobre suas experiências de vida: tudo na tentativa de limitar seu risco. “Se você jamais se dá conta, simplesmente acaba perdendo uma vida completa, além de enriquecedoras experiências sociais que temos durante a vida”, lamenta Dr. Ganz.
6. Você sente vontade de radicalizar. Às vezes as pessoas também tendem a buscar grupos e outros indivíduos que dividem a mesma visão de mundo paranoica. “Isso só limita suas experiências positivas de vida, e pode ser perigoso e até ilegal”, alerta o psicólogo, fazendo referência aos jovens radicalistas que se juntam a extremistas do Estado Islâmico e outros grupos marginalizados. “É normal procurar pessoas que são como nós, mas também precisamos fazer o esforço de expor nós mesmos a pessoas com opiniões e visões de mundo diferentes. Isto nos ajuda a manter o equilíbrio e evitar o ‘pensamento de grupo’”.
7. Você pode ter dificuldades para diferenciar acidentes de incidentes intencionais. Dr. Ganz dá uma dica que ele mesmo usa para não tomar um ou dois incidentes como um padrão. “Se três ou mais coisas acontecem com a mesma pessoa do mesmo jeito ou provocam a mesma sensação ou sentimento, então olho para o padrão e tento descobrir o que pode estar acontecendo. Também pode ser algo que estou fazendo com frequência e sem perceber (a propósito, este é o primeiro lugar que olho)”, conta o especialista. Para o psicólogo canadense, sempre vale a pena ter uma terceira opinião no mínimo, afinal “mesmo o melhor cirurgião do mundo seria um tolo de fazer cirurgia em si mesmo.”
Sobre Danilo Barba
Danilo Barba é músico e jornalista pós-graduado em Negócios Internacionais pelo George Brown College de Toronto. Bloga sobre Sexo Oposto no Yahoo Mulher. No Insta e Twitter: @dambarba
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Danilo Barba é músico e jornalista pós-graduado em Negócios Internacionais pelo George Brown College de Toronto. Bloga sobre Sexo Oposto no Yahoo Mulher. No Insta e Twitter: @dambarba
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