Mulher no volante, velocidade constante Danica Patrick, Bia Figueiredo, Simona de Silvestro e tantas outras já provaram a força feminina na F1 e na Indy gplus
   

Mulher no volante, velocidade constante

Danica Patrick, Bia Figueiredo, Simona de Silvestro e tantas outras já provaram a força feminina na F1 e na Indy

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Não é de hoje que as mulheres iniciaram a conquista do mercado de trabalho. Mas, talvez o que nenhum homem esperava do "sexo frágil" fosse uma tão rápida luta por espaço em profissões tradicionalmente masculinas, como o automobilismo. E seja em uma competição nacional como a Fórmula Truck ou na SP Indy 300, parte do calendário da Indy, uma das principais categorias de carros de fórmula do mundo, elas estão presentes - e cada vez mais próximas do pelotão de elite. Para os desavisados, uma mulher entre homens em um dos esportes mais masculinos da história não é nenhuma novidade.


Katherine Legge
Quando esta britânica, hoje com 31 anos, iniciou sua carreira em 2001 na Formula Renault de seu país, ninguém dava muito para sua longevidade como piloto. Em 2005, provou que todos estes estavam errados na Atlantic Championship, competição tradicional, mas pequena para carros de fórmula nos Estados Unidos. Naquele ano, três vitórias e mais dois pódios. Um belo passaporte para pular à Champ Car, onde não venceu e sequer obteve pódios, mas disputou duas temporadas completas. De lá, foi para a competitiva e acirrada DTM, onde ficaria mais três anos sem grande destaque. Hoje, disputa a IndyCar Series.

Giovanna Amati
É um mistério como Giovanna Amati um dia conseguiu uma oportunidade na tão acirrada Fórmula 1, mas o fato é que ela foi a última delas na categoria. E isso já há um bom tempo: 1992, na já decadente Brabham. Muitos acreditavam que não fosse nada além que uma jogada de marketing, mas que não deu muito certo. O fato é que a italiana prometeu patrocínios e não os conseguiu. Como seu péssimo currículo durante quatro temporadas na F3000 Internacional já anunciava, era óbvio que Amati não conseguiria se classificar para nenhuma das três provas para as quais tentou um lugar no grid, ainda mais com um carro fraco. Damon Hill a substituiu.

Simona de Silvestro
Apenas 23 anos tem a suíça que teve um começo de carreira avassalador na Atlantic Championship. Só em 2009 a gata venceu quatro corridas e fez mais cinco pódios. Resultados que a levaram a Indy, onde não obteve nenhum grande resultado de 2010 para cá, mas não por seu talento e sim por sua fraca equipe: a HVM Racing. Este ano a suíça está amargando a lanterninha da competição (atrás de Katherine Legge), mas vem ao Brasil. Será que tem reviravolta? A piloto já provou que tem muita garra, tendo corrido até com queimaduras de terceiro grau nas mãos. Na São Paulo Indy 300 do ano passado, a suíça fez a volta mais rápida da prova.

Milka Duno
Apesar de ter a conquista de mulher que conseguiu a melhor colocação final de uma 24 horas de Daytona, a venezuelana Milka Duno é de fato o estereótipo clássico da frase "só mais um rostinho bonito". Ficou famosa mesmo entre os anos de 2007 e 2010, quando disputou quatro temporadas na Indy e tendo como melhor resultado em todo este tempo apenas um 11º lugar. E só para fazer a fama de barraqueira das mulheres (mesmo quando estão em uma profissão tão rodeada por caras), ficou ela famosa também por bater boca (e quase tapas) com Danica Patrick.

Susie Wolff
Em termos de beleza, a britânica Susie Wolff (de 29 anos) rivaliza com dignidade com Milka Duno e Danica Patrick, mas não corresponde tão bem assim dentro das pistas. Apesar de ter corrido 6 temporadas na acirrada DTM, uma das principais competições de carros de turismo do mundo, nada além de dois sétimos lugares e quatro pontinhos em sua carreira. Este ano, a moça foi anunciada como piloto de desenvolvimento da Williams – seguindo o exemplo de María de Villota, espanhola que é piloto de testes da equipe russa Marussia.

Sarah Fisher
Sem dúvidas a primeira mulher que chegou muito, mas muito perto de vencer um Grande Prêmio em uma categoria de elite. E não foi apenas uma vez que isso viria a acontecer com Sarah Fisher, americana que logo em seu segundo ano de carreira (2000) alcançou um surpreendente pódio com um terceiro lugar em Kentucky e o segundo em Homestead-Miami em 2001. Ainda assim, Fisher entrou para a história do automobilismo ao ter sido a primeira a mulher a cravar uma Pole Position. Uma pena que depois disso nada de grandioso ocorreu em sua carreira: ao menos com um capacete na cabeça. Ao se aposentar, fundou a Sarah Fisher Racing e no ano passado veio a primeira vitória da equipe.

Maria Teresa de Filippis
A importância de Maria Teresa de Filippis para as mulheres no automobilismo é tão grande quanto a de Chico Landi ou Emerson Fittipaldi para os brasileiros aos esportes motores. Com a cara e a coragem, Maria Teresa foi a primeira a se meter no meio dos bólidos da principal categoria do mundo: a Fórmula 1. E foi a única a estar presente em ao menos duas temporadas: as de 58 (correndo de Maserati) e 59 (de Porsche). Não fez pontos e só chegou ao fim em uma das cinco provas que disputou , mas sua vitória foi incrível.

Bia Figueiredo
Muitas mulheres competentes e todas de fora do país? Nunca é demais lembrar de Bia, uma das melhores pilotos da atualidade que representam o Brasil – mesmo com a comparação entre os homens. Na Indy, Bia nunca abandonou uma prova e nunca teve um carro de fato competitivo para vencer ou ao menos lutar pelas dez melhores posições. De carreira sólida nas categorias de base, Bia não está para brincadeira (ou para marketing, como muitas das mulheres no automobilismo). Então, quem sabe não sai uma vitória na SP Indy 300?

Lella Lombardi
Simplesmente chegar a F1 já é motivo de alegria para muitos, mas depois disso a luta para a conquista de ao menos um "mísero pontinho" é ainda mais complicada. Imagine então nos tempos em que apenas seis carros marcavam pontos. A zona de pontuação era mesmo um verdadeiro hall de vencedores e apenas uma mulher foi capaz de adentrar este pequeno mundo: Lella Lombardi. E não é que ela tinha uma máquina poderosíssima - muito pelo contrário. Uma pena que seu sexto lugar não valeu um ponto inteiro, apenas meio, pelo fato de a prova ter sido interrompida.

Danica Patrick
Mas, até hoje apenas uma piloto conseguiu calar os críticos que sempre disseram que seria impossível que uma mulher um dia vencesse um Grande Prêmio em uma categoria de alta performance. Danica Patrick bateu na trave muitas vezes, mostrou que era do mesmo nível de outros pilotos de elite e deu o passo mais importante das mulheres no automobilismo – uma vitória. Foi em 2008 pela Andretti Green, na Indy Japan 300. Hoje Danica está na Nascar, onde ainda não conseguiu vencer, mas ela já mostrou que é capaz.