Quando chegou ao Flamengo, em janeiro de 2011, após uma disputa ferrenha com Grêmio e Palmeiras, Ronaldinho Gaúcho encheu a torcida rubro-negra de esperanças e animou a diretoria com a possibilidade de encher os cofres com a vinculação de seu nome a ações e produtos. Mas, um ano e meio depois, um casamento que parecia perfeito acabou. E não vai deixar saudade.
Na tarde de quarta-feira (30), o jogador, através de sua advogada, Gislaine Nunes, conhecida no mundo da bola por já ter defendido diversos atletas de ponta em casos de quebra de contrato, entrou com uma ação na Justiça do Rio de Janeiro cobrando uma dívida de R$ 40.177.140,00 que o clube da Gávea teria com ele. No dia seguinte, o juiz André Luiz Amorim Franco concedeu uma liminar a Ronaldinho que o libera para assinar com qualquer equipe.
O fim do vínculo entre as partes será oficializado assim que a liminar passar pelos departamentos jurídico e de registros da CBF. Gislaine afirmou que o Fla pode recorrer, mas acha muito difícil que seu cliente não tenha ganho de causa.
No período em que atuou com a 10 que foi de Zico, a equipe conquistou apenas o Campeonato Carioca do ano passado, muito pouco para o alto investimento feito num dos maiores jogadores de futebol desse início de século. Ao todo, foram 28 gols em 74 jogos disputados.
Alternando bons e maus momentos em campo, ele teve seu melhor momento no jogo em que o Flamengo ganhou do Santos por 5 a 4, em plena Vila Belmiro. Aos boas atuações desse período, renderam-lhe algumas convocações para a Seleção Brasileira. Ele também ajudou o time a se classificar para a Taça Libertadores da América, mas desde a confirmação de sua contratação, a expectativa era pela conquista do Brasileirão ou mesmo da Copa do Brasil.
Em 2012, as coisas desandaram de vez. Primeiro, a queda do técnico Vanderlei Luxemburgo, por conta de desentendimentos com Ronaldinho. Depois, as eliminações precoces no Carioca e na Libertadores, quando o craque teve atuações pífias e comprometimento zero, tanto em campo quanto nos treinamentos. Um dos motivos tornou-se público: o atraso nos salários. Por conta disso, seu empresário e irmão, Assis, chegou a armar um barraco na loja oficial do clube. De quebra, ainda levou várias camisas e artigos relacionados ao craque sem pagar.
