“O futebol é um meio sujo!”, já dizia o ex-jogador Müller. Apesar de ser o esporte predileto pela maioria dos brasileiros, é recheado de falcatruas, escândalos e denúncias que fazem parte do cotidiano da modalidade esportiva.
A cartolagem no Brasil é conhecida principalmente pelos grandes escândalos. Dirigentes de futebol são famosos pelas “mutretas” nos clubes e federações. Desde rombos aos cofres dos mesmos, até compra de resultados, aliciamento de jogadores, mala branca, mala preta, brigas, etc.
Com o passar dos anos os noticiários relatam o crescimento exorbitante nos patrimônios de dirigentes. Pessoas com vida estável que de repente compram mansões, iates, fazendas, casas na praia, mostrando que ficaram milionárias em tempo recorde. Enquanto isso, vemos os clubes acumulando dívidas cada vez maiores e o futebol brasileiro sem brilho nenhum em diversos estados.
Podemos citar como exemplo o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Acusado de diversas falcatruas e atrocidades contra o futebol brasileiro. Teixeira, apesar de tudo, se mantém como grande mandatário do meio há mais de 20 anos, tem o apoio incondicional do presidente da FIFA, Josef Blatter, e é cotado para assumir a presidência da maior entidade do futebol mundial assim que o suíço deixar o poder.
Também é queridinho de muitos cartolas do futebol que sempre o apóiam nas eleições da confederação brasileira, caso do atual presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, tão apreciado por Teixeira, que trafega tranquilamente pela concentração de amistosos da seleção enquanto pode tentar aliciar jogadores para defender o Timão. Sanchez é o provável presidente da CBF, assim que Ricardo Teixeira assumir a FIFA. Além disso, por todo esse “carinho” do presidente corintiano a Teixeira, o Corinthians ganhou um estádio que sediará a abertura da Copa de 2014, totalmente financiado com dinheiro público numa obra superfaturada.
Não podemos deixar de citar a FIFA, pois não é só no Brasil que escândalos acontecem. Josef Blatter é acusado de diversos desvios de verba, supervalorização e favores concedidos, principalmente pela mídia inglesa, ao ponto de encerrar coletivas de imprensa antes da hora só com o teor das perguntas direcionadas a ele. Blatter, que está no quarto mandato seguido, é o substituto do brasileiro João Havelange, que também comandou a entidade máxima do futebol por diversos anos e era sogro de Ricardo.
Lembremos também do famoso Eurico Miranda, cartola que dirigiu (leia-se comandou) o Vasco da Gama. De fato, com Eurico no poder, o Vasco ganhou títulos importantes, como a Libertadores no ano de seu centenário, em 1998. Mas, Eurico fez do clube seu cofrinho e enriqueceu brutalmente enquanto via a agremiação afundar ano após ano, a ponto de comemorar as diversas vezes que o Vasco apenas se mantinha na primeira divisão. Fraudou eleições no clube contra o concorrente Roberto Dinamite, ídolo do clube por duas décadas, onde conselheiros mortos votaram a favor de Eurico. Depois que saiu do poder, o Vasco caiu para a segunda divisão, motivo que serviu de pretexto para o ex-mandatário afirmar: “Comigo, o Vasco não caiu!”. É verdade, mas ele se esqueceu de citar que deixou R$ 300 milhões de dívidas acumuladas ao clube cruz maltino.
Falando em dívidas exorbitantes, recordamos Marcelo Teixeira, ex-presidente do Santos, que dirigiu o clube por dez anos seguidos. “Responsável” pelo aparecimento de Diego e Robinho para o futebol e também padrinho de Neymar no clube praiano. MT, como é conhecido, de família rica e dono de uma faculdade em Santos, gastou a torto a direito, contratando jogadores “medalhões”, dizia que tirava dinheiro do próprio bolso pra sustentar o clube, pelo amor que tinha ao mesmo. Só que, como um passe de mágica, assim que deixou a presidência do Santos, descobriu-se uma dívida de R$ 200 milhões e um processo que o mesmo entrou contra o clube cobrando uma dívida de R$ 20 milhões.
Em grandes escândalos, sabemos que o Corinthians é um chamariz para problemas. Depois de uma parceria com a falida Hicks Mulse, entre 1998 e 2001, que rendeu alguns títulos ao Timão e depois o deixou às traças, o Corinthians, em 2005 firmou uma parceria com a desconhecida MSI (diga-se de passagem, anteriormente rejeitada por Santos e Guarani), que alegava ser um fundo de investimentos estrangeiro, presidida pelo iraniano Kia Joorabchian. Apoiada pelo então presidente do clube, Aberto Dualib, Mister Kia chegou mostrando a que veio, foi na principal torcida do time e doou R$ 1 milhão, onde já foi elevado ao status de ídolo da torcida. No mesmo ano, o time foi campeão brasileiro, em um dos campeonatos mais recheados de escândalos da história, ao ponto do jornalista corintiano Juca Kfouri declarar: “O verdadeiro corintiano não comemora esse título!”. Em 2007, a parceria foi desfeita, descobriu-se que a MSI na verdade era uma grande lavagem de dinheiro chefiada pelo mafioso russo Boris Berezovski e o Corinthians, no mesmo ano, caiu para a segunda divisão.
Atualmente, temos os eternos irmãos Perrela, no Cruzeiro, que se alternam na presidência do clube há muitos anos. Apesar do aparente bom trabalho que realizam a frente do clube mineiro, os dois são acusados de lavagem de dinheiro e foram indiciados pelo ministério público por esse fato e por supostamente sonegarem uma fortuna maior que R$ 60 milhões.
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