De uns anos para cá, o futebol, acima de tudo, transformouse principalmente em um grande negócio, visando sempre o lucro ao invés da paixão que movia o esporte em outras épocas. Jogadores trocam de clubes de olho na melhor proposta, deixando de lado a estabilidade e o time que gostam. Não importa o destino tomado, seja Ásia, Oceania ou Leste europeu, o importante é o dinheiro que vai entrar no bolso.
Isso se torna perceptível com o grande número de transferências de jogadores para clubes russos, ucranianos, sauditas, chineses, etc. Mas, apesar de tudo, ainda há aqueles jogadores que defendem uma mesma camisa durante toda a carreira, e além de ídolos, tornam-se verdadeiros ícones dentro dos clubes.
Paolo Maldini – 24 anos defendendo profissionalmente a mesma camisa, a do Milan. De 1984 até 2009, com 27 títulos conquistados e diversos prêmios como jogador. Esse feito fez o clube aposentar a camisa número 3, que só poderá ser usada novamente, caso algum parente de Paolo venha a jogar no Milan, coisa que seu filho Christian pode fazer em poucos anos, já que treina nas categorias de base do clube de Milão.
Franco Baresi – Também no Milan, único clube que defendeu por 20 anos. Capitão da equipe desde os 22 anos e demasiadamente elogiado por todos os jogadores que jogaram ao seu lado e até pelos rivais. 21 títulos com a camisa milanista. Teve a número 6 aposentada pelos serviços prestados ao clube.
Francesco Totti – Ainda em atividade, Totti completou 35 anos recentemente, 20 deles prestando serviços ao Roma, clube da capital italiana. Desses 20 anos no clube, é o principal jogador do time há pelo menos 17. Capitão da equipe desde os 21, Totti é ídolo máximo da torcida e declarou que por ele, joga por mais dez anos, pelo amor que tem ao clube. Foi campeão do mundo pela seleção italiana em 2006, e apenas uma vez campeão italiano com o Roma na temporada 99-00.
Nilton Santos – Conhecido como “A Enciclopédia do Futebol”, jogou unicamente no Botafogo, desde as categorias de base até o encerramento de sua carreira, ficando no clube de General Severiano por 24 anos seguidos. É considerado, ao lado de Garrincha e Zagallo, como maior ídolo da história do clube. Além disso, Nilton também é um dos grandes ídolos da seleção brasileira, jogando quatro mundiais e conquistando dois, em 1958 e 1962.
Paul Scholes – Jogou por toda vida no mesmo clube, o Manchester United. Subindo ao elenco profissional na famosa classe de 1992, que integravam outros grandes craques do clube, como Gary Neville, Ryan Giggs, David Beckham, Nick Butt e Thomas Cook. Pela equipe, conquistou diversos títulos importantes e se consolidou como um dos maiores ídolos da história da equipe. Na sua despedida, toda classe de 92 se reuniu novamente para uma partida contra o New York Cosmos, que tem Pelé como embaixador.
Gary Neville – Mais um integrante da classe de 1992, começou e parou de jogar no mesmo ano que seu companheiro Scholes, mas teve uma partida de despedida em outro jogo, porque assim como Paul Scholes, Gary é um dos maiores ídolos da história do Manchester United. Tamanha a liderança de Gary exercia no elenco, que mesmo às vezes que estava contundido, ficava ao lado do time, acompanhando as viagens com os companheiros de equipe.
Ryan Giggs – Com uma história interessante, no mínimo. Quando ainda jogava em categorias de base, defendia o grande rival do United, o Manchester City. Então, o técnico Sir Alex Ferguson foi até a casa de Ryan pedir para que transferisse para o Manchester United, pois seria um dos maiores ídolos da história do clube. E não deu outra, em recente pesquisa entre a torcida, Giggs foi escolhido como maior jogador da história do clube. Continua em atividade, completando 20 anos com a camisa dos diabos vermelhos.
Carles Puyol – Há 17 anos defendendo as cores do Barcelona, hoje o melhor time do mundo, do qual ainda é capitão. Faz parte do melhor Barcelona e da melhor seleção espanhola da história. Além de Puyol, no elenco do Barcelona atual ainda conta com outros jogadores que nunca vestiram outra camisa, casos de Victor Valdés, Sergio Busquets, Andrés Iniesta, Xavi Hernandes e Lionel Messi. Mas Puyol, pelo tempo de casa e pela liderança que tem com o grupo, simboliza isso por todos os jogadores do elenco.
Marcos – Mais conhecido como “São Marcos”, apelido que ganhou após ser o principal jogador do Palmeiras no maior título da história do Verdão, a Libertadores de 1999. Marcos está no clube desde 1992, e nunca saiu, a não ser para defender a seleção brasileira e ser campeão do mundo em 2002. Apesar da longevidade no clube, Marcos teve inúmeras lesões durante sua carreira, que o quase fez parar definitivamente de jogar futebol, mas segundo o próprio, pelo menos até o fim de 2012 jogará profissionalmente.
Rogério Ceni – Simplesmente um dos maiores atletas da história do futebol, detentor de diversos recordes. No São Paulo desde 1991, titular desde 1997 e capitão desde 1998. Marcou mais de 100 gols na carreira e ainda, aos 38 anos, passou dos 100 jogos seguidos pela equipe. Recentemente, completou 1000 jogos como profissional. É tido por muitos são paulinos, como o maior ídolo da história do clube. Além de tudo isso, é um dos maiores campeões pelo São Paulo em todos os tempos, com duas taças Libertadores, dois títulos mundiais e três campeonatos brasileiros conquistados de forma consecutiva.
Alguns outros jogadores também marcaram época defendendo uma mesma camisa, casos de Pépe e Zito, pelo Santos, Facchetti e Bergomi, pela Inter de Milão e Julen Guerrero, pelo Athletic Bilbao. Além destes, outros jogaram quase toda a carreira por um clube só, como Pelé, pelo Santos, Raul, pelo Real Madrid, Gattuso e Ambrosini, pelo Milan e Del Piero, pela Juventus. É possível afirmar que ainda há amor à camisa apesar do dinheiro ser o mais importante no futebol.
