A moda do bigode está com força total. Muito em função da adesão de artistas venerados e desejados pelas mulheres, como Johnny Depp, James Franco, Brad Pitt, Jude Law, entre outros. Mas engana-se quem acha que a aprovação do look pelas mulheres é de 100%. A maioria faz diversas ressalvas, mas em um ponto elas têm a mesma opinião: o cara precisa ter estilo para ostentar um bigode.
E na semana em que se comemora o Dia do Bigode (05 de agosto), fomos às ruas para saber se elas aceitam a moda ou não. A reportagem ouviu cerca de cinquenta mulheres e 68% delas gostam, mas desde que tenha o acompanhamento do cavanhaque ou de barba. Apenas duas curtem somente o mustache. Os 32% restantes abominam homens com um tufo de pelos entre o nariz e a boca.
Na visão da operadora de telemarketing Amanda Carvalho, “bigode só com cavanhaque, pois dá um mega charme no homem”. A mesma opinião é compartilhada pela revisora Nancy Pavão, que atentou para um fato interessante. Segunda ela, “há casos de homens que usam o look há tanto tempo que, se tiram, ficam esquisitos”.
Já a vendedora Beatriz Ramirez foi além, pois na sua visão “o bigode deixa o cara com cara de malvado e safado". Mas é preciso ter cuidado para não parecer um pagodeiro, segundo ela. A bancária Brunella Venturin aprova, “desde que não seja grande o suficiente para fazer ‘penteados’, mas também não tão pequeno ao ponto de parecer um menino que acabou de entrar na puberdade”.
No entanto, a ala das que não admitem sujeitos bigodudos traz depoimentos para lá de repulsivos. É o caso da advogada Luciana Cerniavskis, que acha “uma das coisas mais feias que um homem pode ter, pois esconde a boca, não é nada higiênico e deixa o visual do cara muito brega”.
Menos reativa ao look, a estudante de jornalismo Sara Morais curte “uma barba bem cuidada e macia, mas só o bigode, geralmente, é feio, pois fica parecendo desleixo (a não ser que tenha muito estilo)”. Além disso, segundo a jovem, não é bom beijar (homem de bigode) e, dependendo do formato, “estraga” a cara.
Mas a melhor definição veio de uma fêmea que não gosta do look. A gerente de vendas Regina Freira entende que o bigode compõe uma ideia, um personagem. “(o bigode) Transmite uma mensagem. Não está sujeito à aprovação simplória do gostar ou não. O questionamento é: cai-lhe bem, você ‘segura’ bem um bigode? Alguém conseguiria imaginar Clark Gable, Chaplin ou Don Vito Corleone (Marlon Brando) sem bigode?”, afirmou.
E para os que estão determinados a aderir à moda, fomos até o salão Retrô, um dos mais descolados de São Paulo, para saber do barbeiro Roberto Hildorf quais são as melhores combinações. Para ele, não há uma regra. O importante é o cara estar se sentindo bem tanto com o cabelo quanto com o bigode. É olhar no espelho e gostar da imagem refletida.
“O que vale é variar. Da primeira vez que deixei bigode, me perturbaram muito. Na segunda vez, já nem tanto. O impacto passa. E agora, com a moda, muitos foram encorajados. Não vejo motivo para tanta frescura por causa de um bigode. A gente que é homem tem que mostrar bigode, barba, etc. Pelo que eu percebo, a tendência é adesão dos homens aumentar”, disse Hildorf.
Ainda de acordo com o barbeiro, ele está impressionante com a grande quantidade de clientes pedindo para ele fazer diferentes modelos. “Até os bigodes moldados estão em alta, mas o campeão é o estilo mexicano com fios debaixo do lábio”, declarou.
E para quem tem dúvida sobre qual formato aderir, basta dar uma olhada no recém-lançado livro “1.000 Mustaches: A Cultural History of the Mo” (1.000 bigodes: A história cultural do “mo”), de Allan Peterkin. O que não faltam são opções.