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Andar de lado não é uma exclusividade dos caranguejos. No Drift os pilotos vencem pelas manobras e não pela velocidade

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Se você dirige, em algum momento já pode ter sentido “perder a traseira” do carro numa situação extrema, numa curva fechada ou em algum piso molhado e escorregadio. Se o seu carro tiver tração dianteira, ao acelerar e acertar a direção no mesmo sentido que o carro está saindo, ele provavelmente voltou à sua trajetória. Porém, tem gente que faz essas manobras por diversão ou, mais recentemente, por esporte. Esse é o Drift, que atualmente tem dois campeonatos, um Paulista e outro Mineiro.

A história do Drift no Brasil surgiu em 2006, com o lançamento do filme Velozes e Furiosos Tokyo Drift, que abriu para a população nacional essa técnica de pilotagem tão apreciada em países do oriente, como o Japão. A manobra parece simples – parece – basta acelerar, perto dos 130 Km/h, ao se aproximar da curva, puxar o freio de mão, o que faz a traseira do carro ser projetada e virar o volante do carro, para realizar as curvas deslizando lateralmente. Para controlar o carro, “é só” acertar a direção e... pisar fundo. 

Os carros utilizados para essa prática tem tração traseira e é preciso muita habilidade para controlar o vigor desses possantes: “O principio é manter o carro de lado. Para entrar na curva, o modo mais simples é acionar o freio de mão para projetar o carro de lado, em seguida, despeja potência do motor fazendo o carro fritar os pneus traseiros. O volante fica sempre no sentido contrario da curva”, contou Marcio Cabeça, piloto do Extreme Show do parque Beto Carrero World e competidor do Campeonato Paulista de Drift. 

Cabeça é conhecido também por ter feito uma das primeiras apresentações do esporte no Brasil: “A primeira demonstração oficial no país com um carro preparado para esse esporte foi em novembro de 2006 numa feira em São Paulo. Eu pilotei um Subaru WRX e foi uma enorme satisfação”.

O Drift não tem muitas regras: “A regra oficial da modalidade é que o carro tenha chassi, tração traseira e monobloco originais de fábrica, mas esta é a única regra. Não há especificações do motor, tanto faz aspirado ou turbo, 200 ou 1000 hp. Não há diferenciação de categoria. Neste esporte não adianta um carro muito forte se o piloto não consegue extrair o máximo de sua potencia. Há ainda as regras de segurança de qualquer competição a motor. Os pontos são somados da distância mantida do adversário, quanto mais próximo, mais pontos são somados aos competidores, o traçado mantido, a velocidade e a quantidade de fumaça que os pneus fazem também são levados em conta”, explicou Sérgio Hanazono, Diretor da Comissão de Drift da Federação de Automobilismo de São Paulo.

Caso tenha se interessado no Drift, é possível competir com carros nacionais como Opala, Omega ou Chevette ou importar um carro, como fez Cabeça, que pilota atualmente um Nissan Skyline R34 de 350 cv de potência. Mas, como todo esporte, o custo inicial pode ser significantemente alto: “Há uma estimativa de um gasto em torno de R$ 15 mil reais para competir com carros nacionais. Para importar um carro, esse valor sobe para cerca de R$ 60 mil”, concluiu Marcio Cabeça.

O filme foi um sucesso de bilheteria e arrebatou vários aficionados por esse esporte, que ainda engatinhava no Brasil, dentre esses, alguns famosos. O de maior destaque é Fiuk, filho do cantor Fábio Jr., que compete no Paulista de Drift a bordo de um Nissan Skyline GT-T 25 R34 turbo-alimentado que gera cerca de 400 cv.