Para entender o que a Vespa, popularmente conhecida no Brasil como Lambreta, representa, é preciso saber o contexto que fez o seu surgimento. O primeiro modelo lançado foi produzido pela Piaggio na Itália em 1946. A Europa estava arrasada pela Segunda Guerra Mundial e tentava se reerguer. Com pouco dinheiro, começaram a aparecer veículos simples, baratos e econômicos, como Home Isetta e Mini Morris. Foi nessa situação que o empresário Enrico Piaggio teve a ideia de produzir a motoneta. Para ajudá-lo, convidou o engenheiro aeronáutico Corradino D’Ascanio e juntos fizeram os primeiros esboços da motinho, que mesmo seis décadas após seu lançamento, é um ícone.
A Vespa foi usada de todos os modos possíveis. Desde as telas de cinema até o uso militar. Sua fácil condução, com motores relativamente potentes e econômicos a consagraram em seu tempo. Em 1985, leis ambientais dos EUA proibiram sua comercialização no país o que quase levou à falência da fábrica, que só continuou em funcionamento pelo forte apoio de seus entusiastas.
Hoje as motonetas voltaram com forte apelo ao mercado mundial, inclusive o brasileiro, que recebe dezenas de modelos oriundos de diversos países. Homens e mulheres se renderam aos encantos. Antes lambreta, agora, scooter. Mas o charme continua e a Piaggio apresentou a nova geração Vespa, com os modelos LX e S, ambos equipados com motores de três válvulas.
A forte inspiração aeronáutica presente nos primeiros modelos segue viva até hoje. A roda dianteira afixada de um único lado, formas arredondadas e o desenho volumoso de baixo do assento são provas disso, além de deixar explícita toda a história da Vespa.
A diferença mais marcante entre os modelos LX e S está no acabamento. A LX remete aos primeiros modelos dos anos 1940, com retrovisores e lanterna redondos. Já a S lembra as motonetas da década de 70, com lanterna e retrovisores retangulares.
A motorização das renovadas Vespas é caracterizada pela modernização. São quatro opções: 50cc dois tempos e 50cc quatro tempos como entrada. Porém, a revolução está nos lançamentos: 125cc e 150cc quatro tempos de três válvulas e injeção eletrônica. A versão de 125 cilindradas possui 11,6 cavalos, já o modelo maior, de 150 cilindradas, oferece 12,9 cv, ambos usam apenas um pistão com três válvulas e são refrigerados a ar. Eles possuem uma válvula a mais por cilindro que, segundo a Piaggio, é mais potente do que a última geração e 30% mais econômicos. Para completar, as scooters vêm equipadas com o câmbio automático CVT e possuem suspensão traseira ajustável.
Boa, bonita, mas nada barata. Na Europa o preço sugerido da versão LX 125cc é de 3.620 euros. Com o motor 150cc o custo sobe para 3.820 euros. Convertido para real (euro a R$ 2,59) temos R$ 9.335 e R$ 9851, respectivamente, sem o custo de importação e ágio do revendedor. A versão S é ainda um pouco mais cara: 125cc a 3.770 euros (R$ 9.722) e 150cc a 9.722 euros (R$ 10.238).