Impulsionada pelos bons resultados obtidos nas vendas em 2010, seu melhor ano no Brasil, a BMW resolveu investir mais na linha BMW Motorrad, segmento da montadora dedicado à fabricação de motocicletas. Suas motos mais potentes estão à disposição em diversas lojas no país. Fizemos um apanhado de três modelos de segmentos e utilizações diferentes para você não errar na escolha.
A primeira moto a ser analisada é a K 1600 GTL. Pertencente à categoria touring, o seu tamanho impressiona. É como uma scooter, mas de proporções bem maiores. Ela sai de fábrica com três bagageiros externos, o que favorece grandes viagens.
Equipada com um motor de 6 cilindros, que produz 180 cavalos, essa moto não faz feio em aclives acentuados, mesmo com seu peso elevado – 348 Kg seca – a K 1600 tem um desempenho muito à contento. 70% de sua potência já está disponível a módicos 1500 RPM. Ela supera os 200 Km/h e atinge os 100 km/h em 3,4 segundos. Completona, ela conta ainda com controle dinâmico de direção (DTC), que permite adaptar sua suspensão à diversos tipos de terrenos como piso seco e molhado e até mesmo cascalhos, sem sustos. Mas não force a barra, é uma motocicleta pesada e não encara um lamaçal e, caso ela comece a cair, dificilmente o condutor terá força para sustentar seu peso e, pior ainda, levantar seus mais de 300 quilos também não é tarefa fácil. Sua suspensão ainda possui três ajustes: Sport, ideal para atingir velocidades elevadas, Normal, onde ela quase não atua eletronicamente, e a Comfort, considerada a opção mais dinâmica e confortável. A aceleração é controlada pela tecnologia ride-by-wire, que faz a leitura do estilo de pilotagem e adapta a aceleração da moto, deixando-a mais “agressiva” ou mais sutil, de acordo com o “humor” do piloto e, ao mesmo tempo, impede que ela patine nas curvas ou nas acelerações mais fortes.
Seu design privilegia a passagem do vento, o que favorece a estabilidade em altas velocidades.
Mas nem tudo são flores. Linda, robusta, confortável. Porém tudo isso tem um preço, que segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, FIPE, gira em torno dos R$ 110 mil. Como se não bastasse, suas dimensões a tornam inviáveis para grandes metrópoles, como São Paulo e Rio de Janeiro. Seria como tentar passar com um Boeing 747 no corredor dos motoboys e o seu peso também é desconfortável para o anda e para dos congestionamentos. Ela é ideal para quem gosta de pegar estrada aos finais de semana. Acompanhado ou não, a K 1600 GTL será uma excelente escolha para esse caso.
A segunda moto analisada é a R 1200 GS. Se você gosta de motos, certamente quando vê uma dessas nas ruas, seus olhos brilham. Desenvolvida para disputar as vendas no segmento “enduro”, essa moto é sensacional. Suas 1200 cilindradas estão dispostas num motor Boxer (mesmo tipo de motorização utilizado pelos esportivos da Porsche e pela linha da japonesa Subaru). Dois cilindros dão conta de uma potência de 105 cv e 8000 rotações por minuto, que fazem a moto sair da inércia aos 100 Km/h em singelos 3,3 segundos, excelente relação para as estradas.
O peso dessa 1200cc, informado pela BMW, é de 229 Kg seco (ou seja, a moto foi pesada sem combustível, água ou óleos lubrificantes), o que não influencia muito caso pegue transito. Ela também tem dimensões bastante avantajadas, ou seja, nas metrópoles, não é das mais ágeis, porém, não se compara à dificuldade de transitar da K 1600 GTL, analisada anteriormente. É uma moto alta, que geralmente passa com seu guidão sobre os retrovisores, claro que pick-ups e SUVs atrapalham e deve-se fazer manobras para transpor esse “obstáculo”, mas, de um modo geral, vai bem na cidade. É importante que, caso esteja interessado numa R 1200 GS, fique atento à altura. Pessoas de estatura mais baixa tendem a ter dificuldades de colocar o pé no chão e de subir e descer dessa moto e não se deve esquecer de que lubrificada e de taque cheio, ela passa facilmente os 240 Kg.
Agora em pisos acidentados ela mostra que vale à pena. Sua suspensão ESA adapta eletronicamente seus amortecedores, dianteiro e traseiro, através de um mecanismo
eletrohidráulico e ela supera sem grandes problemas belas poças de lama em aclives ou declives. Essa é a primeira moto de enduro a receber esse tipo de suspensão.
Com valor informado pela FIPE em R$ 77 mil, essa moto é ótima para quem gosta de viajar, encarar terrenos mais difíceis, transpor obstáculos ou mesmo para o dia de rodízio de seu carro, levando confortavelmente seu proprietário para o trabalho e de volta para casa, sem maiores dificuldades.
”Por último, mas não menos importante”, o modelo S 1000 RR se apresenta com vários destaques. Ganhou o prêmio de melhor moto esportiva de 2010 (categoria acima de 700 cc) e faz por merecer. Apesar de ser (dentre os três modelos analisados) o mais barato, a R$ 73 mil, segundo a tabela FIPE, ela é recheada de acessórios. Seu motor de 4 cilindros é bem confortável para viajar e o desempenho é excelente. 2,9 segundos bastam para a S 1000 RR atingir os 100 Km/h. A velocidade final, não foi informada pela BMW, porém ela supera tranquilamente os 200 Km/h. A transmissão conta com 6 marchas e corrente. São 193 cv sobre um peso de 206 Kg, ou seja, caso o piloto pese 80 Kg, temos a relação peso/potência 1,5 cavalo por quilo. Sim, essa moto é um touro bravo louco para sair correndo por aí, como toda boa super esportiva. Toda essa fúria é regida por um sistema de controle de tração (DTC), que impede que ela patine durante as acelerações nas curvas ou na chuva.
Segundo o release divulgado pela BMW, a S 1000 RR manobra muito bem, se tornando “esguia” e apta a transpor o trânsito das grandes cidades nacionais. Claro, ela chama muito a atenção de todos, por todos os lugares que passa, mas esse tipo de moto não deixa nada a desejar, realmente, no transito. Passa em qualquer lugar e é bem mais segura nas frenagens e ultrapassagens, mas é desenvolvida realmente para pegar a estrada ou, para os mais velozes, para as pistas e circuitos de corrida.
Com carenagem espalhada por todos os lados, quem quer comprar uma S 1000 RR tem que saber que ela é uma moto desenvolvida exclusivamente para asfalto, ou seja, viagens e passeios bem tranquilos. Qualquer estrada mais esburacada pode causar transtornos ao seu proprietário e estresse dos componentes da motocicleta, que podem começar a ranger e ter folgas na carenagem. Claro, isso não é uma exclusividade do modelo da BMW, toda moto super esportiva está sujeita ao mesmo “problema”, mas na estrada, ela está em casa e você não se arrependerá de uma S 1000 RR. Sua posição de pilotagem favorece a aerodinâmica, em todo caso, pode ser ruim para quem tem problemas na coluna, que terão os outros modelos mencionados nesta matéria como uma opção mais adequada.