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O dia R

Bebedores de plantão elegem a pior ressaca e também dão dicas para evitar o temível day after

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Você abre o olho e parece que tem o Olodum dentro da cabeça. As veias laterais da testa bombam, em ritmo alucinado. A boca está seca. Na barriga, tremores de um tsunami. O corpo todo dói, como se você tivesse apanhado do Anderson Silva. Você tenta dormir de novo, para esconder todos os sintomas que tomam conta do seu ser. Mas, é tarde demais!

Tem dia que a noite é foda, como diz o ditado moderno. Sem dúvida, ressaca está entre as piores sensações que um ser humano pode ter. Quando chega, demora a ir embora. E você jura por tudo que é mais sagrado que nunca mais vai beber na vida. Quer enganar quem? Alguns dias depois, lá está você com copo na mão.

Mas, como evitar a fadiga, ou melhor, a maldita ressaca? O AreaH conversou com mais de 30 bebedores com pedigree, entre 27 e 33 anos, para saber melhor sobre o assunto. Qual bebida acaba com você no dia seguinte? E qual o néctar dos deuses, que te deixa inteiro no day after?

Escolhemos quatro bebidas para a enquete, que não tem valor científico, mas valor alcoólico, ou melhor, simbólico: cerveja, vodka, whisky e tequila. Consideramos que são as mais consumidas nas baladas Brasil afora. Das quatro, qual a pior e a melhor ressaca? Não precisa dizer que misturar é coisa de amador! O bom bebedor elege uma e fica com ela a noite toda.

A pior: tequila!
Mais de 60% dos enxugadores de copo disseram que a marvada mexicana tem os piores efeitos no dia seguinte. “Tequila você precisa de um ano pra se recuperar de novo”, disse um dos entrevistados. O porre de tequila parece o pior talvez por causa do jeito que se bebe. Normalmente, vira-se o copinho, junto com sal e limão. Quando você se dá conta, tarde demais.

A vodka também foi bastante mencionada na nossa “pesquisa” como um veneno. A bebida, em geral, é misturada com energético, refrigerante, tônica ou na caipiroska. Sem gosto, fica mais fácil de beber. Só que os efeitos são os mesmos: embriaguez!

O melhor: whisky!
O nobre líquido escocês foi escolhido como a melhor ressaca, ou seja, não causa efeitos colaterais e intoxicação no dia seguinte, segundo nossos entrevistados. “Nada melhor que um bom 12 anos! Dia seguinte zerado na certa”, garantiu um expert no assunto.

O bom bebedor é como whisky: quanto mais velho, melhor! Ao passar dos anos, você percebe que o mais sensato é seguir o ditado “devagar e sempre!”. Nada de virar, sem sentir o gosto da bebida! O néctar da Escócia proporciona uma noite agradável porque é ingerido com mais lentidão e prazer. Além disso, se você não bebe no estilo caubói (sem gelo), tem a vantagem de se hidratar enquanto sorve o líquido.

Outro líquido que parece inofensivo ao bom bebedor é a cerveja. Mais fraca (5% de teor alcoólico), a loira é mais difundida na sociedade. É a bebida social. Mas, justamente por isso, pode causar grandes estragos no dia seguinte. Normalmente, bebe-se cerveja demais, o que causa aquele “efeito estufa” no corpo. Além disso, o efeito diurético da gelada faz com que você fique desidratado. Terreno fértil para a ressaca braba!

Aliás, a hidratação foi um fator bastante citado na enquete. “A coisa mais importante (disparado!) pra não ter ressaca é beber muita água enquanto bebe. Boa parte dos problemas da ressaca vem da desidratação”, confirmou um de nossos “especialistas”.  Pura verdade. Segundo os médicos, o fundamental é hidratar-se bem antes durante e depois da bebedeira. Comer bem também ajuda muito a evitar os efeitos malignos da ressaca.

Whisky, vodka, tequila ou cerveja? Cada bebedor pode ter a sua preferida e táticas para enfrentar a ressaca, mas, segundo pesquisas médicas, tomar cinco drinques de qualquer bebida em um curto intervalo de tempo provoca a chamada intoxicação alcoólica, ou seja, o “porre”. Claro, existem pessoas mais fortes e pessoas mais fracas para encarar o álcool, mas o dado tem fundamento científico.

Portanto, não tem milagre: o importante é hidratação (antes, durante e depois da bebedeira) + alimentação adequada + beber devagar = NO RESSACA! Beber é um dos grandes prazeres do homem (e da mulher também!). No Brasil, segundo pesquisas recentes, quase 80% da população acima de 17 anos já fez uso do álcool alguma vez na vida.

Mas, é muito importante saber beber para desfrutar esse prazer. O excesso compromete não somente o day after, mas também gera consequências para a vida toda. Um estudo realizado nos Estados Unidos e que será publicado na edição de maio do jornal americano Alcoholism: Clinical and Experimental Research revela que o cérebro pode encolher por causa do consumo elevado de álcool.

Depois de pesquisa com camundongos, ficou comprovado que o excesso de álcool atrofia regiões importantes do cérebro. As áreas mais afetadas são responsáveis por alterações na memória, comportamento, déficit cognitivo, dificuldade para articular palavras e movimentos. É outro sintoma da ressaca: lentidão no raciocínio.

Por essas e outras que o surrado “beba com moderação” é uma grande verdade. Claro, uma vez ou outra é importante e até fundamental sair um pouco da realidade. Mas, não seja um escravo do álcool. Para bom bebedor, meia dose basta! Lembre-se de outro batido ditado: devagar e sempre.