Que o machismo é prejudicial à sociedade todo mundo já está cansado de saber. Agora, uma pesquisa revela que essa visão retrógrada também faz mal à saúde do próprio machista.
Segundo o estudo publicado na Associação Americana de Psicologia, os homens sexualmente promíscuos e que se acham superiores às mulheres tendem a desenvolver doenças mentais e a refutarem tratamentos desse tipo de problema.
Para chegarem a essa conclusão, os pesquisadores, examinaram 78 estudos que, ao todo, continham informações de 19,453 homens de 12 a 65 anos. Nessa análise, os cientistas focaram na associação de problemas de saúde mental com 11 hábitos considerados “tradicionalmente masculinos”: busca por status; desprezo aos homossexuais; concepção de ser superior às mulheres; autoconfiança; promiscuidade sexual; dominância; violência; colocar o trabalho em primeiro lugar; tomar riscos; falta de controle emocional e desejo de vitória.
Nem todos os hábitos “tradicionalmente masculinos” são associados aos problemas de saúde mental, segundo Y. Joel Wong, professor de Psicologia da Universidade de Indiana e líder da pesquisa. Contudo, o estudo afirma que, em geral, indivíduos que vão muito de acordo com esses hábitos, além de buscarem menos tratamentos de saúde mental, tendem a desenvolver depressão, estresse, problemas de interação social e vício por substâncias como remédios, álcool e outras drogas. Segundo Wong, são mais propícios a terem esse tipo de problema homens com comportamentos promíscuos, autoconfiantes e com concepção de superioridade sobre as mulheres.
Descobrir que comportamentos ligados ao estereótipo masculino fazem mal ao próprio homem não foi algo inesperado para Wang. “É algo que vem sendo demonstrado em mais de 20 anos de pesquisa”, afirmou Wang ao jornal científico Popular Science.
Na Psicologia existe um termo chamado “masculinidade tóxica”, que é usado para se referir a hábitos prejudiciais atrelados ao estereótipo masculino. Um exemplo desse tipo de comportamento foi identificado em um dos 78 estudos analisados pela equipe de Wang.
Nessa pesquisa, ao analisar os perfis psicológicos de 108 homens acusados de terem agredido suas namoradas e esposas, foi descoberto que eles tinham dificuldades de controlar suas próprias emoções, não compartilhavam seus sentimentos e gostavam de estar no domínio da situação. A conclusão dos cientistas foi que homens com esse tipo de conduta são mais propícios a ficarem frustrados e irritados com suas parceiras do que parecer “fraco” e procurar ajuda.
Sobre Guilherme de Souza Guilherme
Prefere perguntas a respostas e está num relacionamento sério com o jornalismo. Fã de música e livros, é zagueiro adepto do bom futebol, palmeirense-roxo e ex-taekwondista.
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