Seis em cada dez homens têm medo de ir ao médico. Isso não condiz com uma atitude de macho, não é mesmo? Mas, pasmem, é o que mais acontece! E se você não faz parte dessa parcela certamente conhece algum saco-roxo que faz!
A maioria alega falta de tempo e muitos quando chegam ao consultório infelizmente já estão doentes. Isso é o que afirma o Centro de Referência da Saúde do Homem, órgão da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
Pra se ter uma ideia, 144 mil homens morreram por doenças do aparelho circulatório no Brasil entre 2008 e 2011. Número que certamente poderia ser menor se houvesse controle dos principais fatores de risco para a saúde masculina: estresse, colesterol, tabagismo e hipertensão.
“Os homens tendem a procurar atendimento médico quando já estão com quadro avançado. Eles têm de aprender que é necessário visitar médicos ao longo de todas as fases da vida e não apenas quando sentem-se mal”, explica o clínico geral João Fuzano.
O Ministério da Saúde recomenda que até os 40 anos, se não houver sinais de doença, o homem deve ir ao médico pelo menos uma vez a cada dois anos. Depois dessa idade, a frequência deve aumentar para uma vez por ano.
É alto também o índice daqueles que se assustam de antemão com um eventual resultado negativo e então nem fazem os exames de rotina ou sequer voltam para receber o diagnóstico.
Mas por que existe esse medo?
Uma pesquisa realizada no Instituto Fernandes Figueira (IFF) teve como objetivo identificar os principais motivos da baixa frequência com que os homens procuram os médicos.
A representação do cuidar como tarefa feminina foi o motivo que apareceu com mais frequência, seguido pelo medo de descobrir doenças graves.
“O homem não foi educado para se cuidar, ao contrário do que ocorre com as mulheres, que aprendem desde criança a ter cuidados com a beleza e com a saúde. Fomos criados para sermos fortes e invencíveis. Identificar algum problema de saúde não deixa de ser uma maneira de afetar nossa masculinidade", conta o psicólogo Daniel Escurato.
A falta de serviços voltados exclusivamente para o universo masculino, como acontece com as mulheres, também foi uma das justificativas.
Além disso, existe o medo da dor, principalmente quando se trata do exame de toque para diagnosticar qualquer alteração na próstata. E culturalmente existe também o preconceito, principalmente em países latinos. “Para se ter uma idéia, 60 % dos que fazem exame são induzidos pelas mulheres”, conta Escurato. “A sensação de onipotência impede os homens de encararem os médicos como aliados”, finaliza
É, tá hora de dar adeus ao preconceito, se inspirar nas mulheres e começar a cuidar melhor da saúde.