Haja saco? Novo estudo afirma que os homens vivem mais sem testículos. Será que vale a pena viver até os 100 anos? gplus
   

Haja saco?

Novo estudo afirma que os homens vivem mais sem testículos. Será que vale a pena viver até os 100 anos?

Confira Também

Enquanto inúmeras pesquisas em todo o mundo especulam o segredo da longevidade através da genética e de substâncias antioxidantes, um novo estudo defende que são os testículos que vêm impedindo os homens de viver mais tempo. 

O trabalho, publicado pelo jornal científico Current Biology, foi realizado a partir de uma compilação de documentos históricos coreanos do início do século XIX chamada Yang-Se-Gye-Bo. Ela traz a genealogia dos eunucos, antigos empregados íntimos que tinham suas bolas removidas para servir a realeza da nação entre os séculos XIV e XIX.

Com a análise, os pesquisadores descobriram que os eunucos coreanos ultrapassavam a idade de seus contemporâneos entre 14-19 anos, sugerindo que os hormônios do sexo masculino de alguma forma encurtam o tempo de vida dos machos. Eles conseguiram identificar 81 eunucos a partir das datas de nascimento e morte. Ao cruzar os dados com outras informações históricas da Coreia, incluindo os anais da dinastia Chosun, os autores garantiram a acuidade do estudo . 

Os resultados mostraram que os eunucos viviam em média 70 anos, enquanto outros criados -- que desfrutavam de condições semelhantes e não eram castrados -- chegando no máximo aos 50-55 anos. Considerando a diferença expressiva demais para ser um mero acaso, a pesquisa usa a descoberta para explicar o que se constata por observação: as mulheres geralmente vivem mais que os homens. Segundo os especialistas, isso acontece porque elas não carregam a mesma quantidade de testosterona. 

Como os privilégios de trabalhar num palácio também poderiam influenciar a longevidade dos eunucos, os pesquisadores também os compararam aos homens da família real, cujos anais de Chosun relatam que “raramente ultrapassavam os 50 anos”. Por outro lado, o pequeno grupo de eunucos estudado inclui três centenários -- bem acima das estatísticas vistas hoje em todo o mundo. Para se ter uma ideia, no Japão, a cada 3.500 pessoas, uma chega aos 100 anos, enquanto nos EUA a proporção é de uma em cada 4 mil. Já os brasileiros não vão tão longe: a cada 17 mil pessoas, somente uma assopra a centésima vela por aqui.
 
Há evidências convincentes de que os eunucos viveram muito mais tempo do que seus pares. No entanto, qualquer explicação biológica continua difícil de confirmar, já que é impossível saber se outros aspectos de seu estilo de vida -- incluindo potenciais escolhas alimentares ou exercício físico -- podem ter contribuído para a sua longevidade.