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O veganismo ganhou notoriedade no século passado quando um homem chamado Donald Watson passou a acreditar que apenas parar de comer carne não era o suficiente para salvar algumas espécies de animais e equilibrar o meio ambiente. Desde então, muitas pessoas passaram a seguir a filosofia de Watson e se tornaram veganos.
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A alimentação vegan, como a conhecemos, é totalmente livre de ingredientes de origem animal, incluindo mel, ovos e leite e seus derivados. Esse “estilo de vida” tem ganhado cada vez mais adeptos nos dias de hoje, seja por questões ambientais, de saúde ou bem-estar animal.
Se tornar vegano é uma decisão que encanta muitas pessoas. Ainda assim, alguns não abraçam a ideia por medo de restringir a alimentação. Mas quem pensa que carne é fundamental em uma dieta está errado: o Guia Popular para a Alimentação Brasileira reforça que o consumo de carnes ou derivados de animais não é imprescindível para ter uma alimentação saudável, e que mesmo vegetarianos precisam evitar o consumo de alimentos ultraprocessados e dar preferência a alimentos mais naturais. “Muitos aspectos das condutas da alimentação vegana são benéficos à saúde”, afirma Fúlvia Hazarabedian, coordenadora do Programa Bio Nutri da Bio Ritmo.
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Ainda de acordo com a profissional, não há piora na saúde ao deixar de comer carne ou derivados de animais, desde que a pessoa não troque essas coisas por alimentos pobres em proteína. “Você substituir a carne e as fontes de proteína por cogumelos ou soja, dentre outras opções que são consumidas como pratos principais ou componentes de receitas e lanchinhos intermediários”, sugere a especialista.
Para quem quer se tonar vegano, o ideal é que a mudança seja feita de maneira suave, assim seu corpo não terá problema em se adaptar à nova forma de se alimentar e você nem sentirá falta dos alimentos que for eliminando do cardápio. “Tudo dependerá do estado nutricional e da facilidade de adaptação do paciente”, garante Fúlvia à respeito das mudanças no corpo e na alimentação.
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Segundo o Conselho Federal de Nutricionistas, existe ferro e proteína suficiente, completa e de ótima qualidade na alimentação vegana. Essa propriedade pode ser encontrada em cereais e leguminosas, principalmente verde-escuras, como couve, coentro e cheiro verde. Outras vitaminas importantes para o corpo podem ser adquiridas também com uma alimentação vegan: a vitamina C, por exemplo, estimula a absorção do ferro no organismo. Incluindo uma fonte de vitamina C junto com o feijão e arroz de todo dia você tem a garantia de que seu corpo vai aproveitar ao máximo esse mineral.
Para quem ainda não abre mão de tomar leite de vaca, fica a dica: este tipo de leite não é a única, nem mesmo a melhor, fonte de cálcio, vitaminas e minerais. Folhas verdes, feijões, tofu, amêndoas e gergelim, por exemplo, são alimentos vegetais ricos em cálcio e com boa biodisponibilidade (às vezes até maior do que o cálcio do leite provido pela vaca).
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Fúlvia diz que adicionar sementes, cogumelos, cereais, leite de amêndoa ou arroz, são essenciais na dieta de um vegano ou de quem pretende ser, visto que são também os melhores para substituir as proteínas e ferro que a carne contém. Mas, ainda assim, será muito difícil se tornar vegano? Quais são os passos que se deve seguir para alcançar uma alimentação livre de carne e produtos animais? Fique atento a algumas dicas e descubra que não é tão difícil quanto parece:
ESTILO DE VIDA
É essencial ter a consciência de que o veganismo não é apenas uma moda passageira. Trata-se de um novo padrão de vida e é necessário deixar de lado alguns costumes, como frequentar restaurantes sem menu adaptado e rodízios de carne.
UM PASSO DE CADA VEZ
Vá substituindo sua alimentação e deixando aos poucos a carne e derivados de animais, assim seu organismo não sofre com a queda de nutrientes. Retire primeiro as carnes mais pesadas, como carne de porco e carnes vermelhas. Posteriormente retire as carnes brancas, como frango e peixe. “A escolha por deixar de consumir esses produtos é pessoal e envolve muitos aspectos. Ser gradativo pode facilitar a adaptação da pessoa, mas não existe uma regra”, garante Fúlvia.
FRUTAS SÃO ESSENCIAIS
Consuma frutas variadas e sucos naturais, eles ajudam na composição de vitaminas e sais minerais necessárias para o organismo.
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COMA ALIMENTOS, NÃO PRODUTOS COMESTÍVEIS
Ser vegano não significa que sua dieta será automaticamente a mais saudável de todas. Refrigerante, salgadinhos, biscoito recheado e afins também podem ser veganos, mas deveriam passar longe da sua alimentação. Alimento é aquilo que saiu da terra e chegou na sua mesa com o mínimo de processo industrial possível.
CONTE COM AS CARNES PARA VEGANOS E VEGETARIANOS
Se você quer bacon, poderá contar com um tofu defumado que tem um sabor parecido. Ou se quiser comer um bife ou uma carne-moída, troque-o pela versão de soja. Uma feijoada vegetariana vai tudo, menos carne animal para dar a vez a ingredientes mais leves e nutritivos, por exemplo. Você sempre encontrará versões vegetarianas ou veganas para os seus pratos favoritos, basta procurar.
APRENDA A COZINHAR
Saber cozinhar significa independência, controle da qualidade do que colocamos no nosso corpo e economia. Para veganos isso também pode significar sobrevivência, sua e do seu novo estilo de vida. Ainda é difícil, e caro, comer fora quando se é vegano e se você não quiser passar fome vai ter que aprender a se virar na cozinha. Não precisa se tornar um chef, basta ser capaz de preparar pratos nutritivos e capazes de preencher o estômago.
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NÃO FUJA DE CHURRASCOS
Quem disse que churrasco é lugar de carnívoros, se engana. O evento pode ser igualmente divertido se você souber se adequar, assim como em todas as mudanças que enfrentará neste caminho. Troque o churrasquinho tradicional por legumes, proteína de soja ou cogumelos, fica uma delícia.
[VEJA TAMBÉM: Churrasco vegetariano: como fazer?]
ANTES DE TUDO, VÁ A UM NUTRICIONISTA
Quem é vegano precisa cuidar dos seus níveis nutricionais e, portanto, fazer exames frequentes para avaliar as taxas de ferro, magnésio, potássio e cálcio, dentre outros, no sangue. O sol, que nos ajuda a fabricar a vitamina D, é diariamente fundamental (pelo menos 15 minutos ao dia) e, como já dissemos lá acima, manter um bom nível de vitamina B12, para não adoecer. Para que você cumpra toda sua dieta e ainda tenha certeza que seu corpo está respondendo bem ao novo estilo de vida, é imprescindível consultar um nutricionista. Só ele irá saber como você irá adaptar seu corpo e paladar a nova dieta.
Sobre Nathalia Marques
Curiosa e heavy user de internet, sempre amou tudo que envolve o universo do jornalismo. Nas horas vagas é fotógrafa, mãe de cachorro e leitora compulsiva.
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