gplus
   

Autocrítica faz crescer divisão entre tucanos

18/08/2017 00:00

Confira Também

A divisão interna do PSDB, com uma ala querendo permanecer no governo e outra defendendo o desembarque da gestão de Michel Temer (PMDB), foi escancarada ontem, com a transmissão da propaganda política do partido em rede nacional. Em vídeo (confira abaixo) de 10 minutos que foi transmitido pelos canais abertos de TV, sem nenhum cacique partidário discursando, atores dizem que a sigla “errou”, e que precisa assumir esses erros. Na mesma peça, um narrador ataca o que chamou de “presidencialismo de cooptação”, que seria “quando um presidente tem que governar negociando individualmente com políticos ou com partidos que só querem vantagens pessoais e não pensam no país”.

Divulgada ainda na noite da última quarta, pelo portal “Poder360”, a peça foi encarada por setores da sigla como crítica direta a Temer.



Nessa quinta-feira, o presidente interino da legenda, senador Tasso Jereissatti (CE), passou o dia apagando incêndios e chegou a ligar para Temer, segundo o jornal “O Globo”, para dizer que o objetivo da peça era defender a adoção do parlamentarismo no Brasil, e não criticar a atual gestão. Em entrevistas, o senador chamou a intenção de ligar as críticas ao presidente de “delírio”.

Apesar do discurso, Tasso foi pressionado por colegas a recuar ou editar passagens duras. Além de ter se recusado, o político – que tem defendido mais independência em relação ao governo – ordenou a publicação da peça nas redes sociais da sigla no início da tarde.

Leia também: Aécio não comenta erros citados em propaganda do PSDB

O vídeo foi mal recebido pela ala governista – o PSDB tem quatro ministérios. A reação mais raivosa foi do ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, que é senador por São Paulo. Em longa nota, ele atacou, sem citar nomes, a “direção interina” do partido e fez uma defesa apaixonada de Temer e da participação tucana no governo. “O programa vai ao ar no contexto de uma árdua luta política, em que o presidente Temer se empenha, com coragem e determinação, para fazer avançar um conjunto de reformas essenciais para chegarmos a 2018 com um país um pouco mais arrumado”, escreveu.

Entre os simpáticos ao desembarque, como a deputada Mariana Carvalho (PSDB- -RO), a recepção foi mais calorosa. “Não tem forma fácil de se fazer uma autocrítica e o necessário não só assumir, mas mudar de comportamento”, disse.

Na votação da denúncia contra Temer, 21 dos 47 deputados federais tucanos votaram contra o presidente.

Você viu? Boechat: por que PMDB decidiu mudar nome do partido?

Veja mais em: