"Não dá para fazer vaquinha em cima da hora, com a discussão em Plenário. Vereador tem que estar focado”. Esse é o argumento do presidente da Câmara dos Vereadores de São Paulo, Milton Leite (DEM), para justificar uma licitação que prevê R$ 769 mil para o lanche dos 55 parlamentares da Casa.
Em entrevista à BandNews FM, Milton Leite garantiu que esse é o valor total que poderá ser gasto em cinco anos, sem revisão do custo total, para compra de refeições em sessões prolongadas.
Questionado se não seria possível comprar os lanches na padaria em frente ao prédio do Legislativo, e com o dinheiro dos próprios vereadores, o democrata disse que isso poderia “atrapalhar o trabalho” e “tirar o foco” dos parlamentares.
Além disso, Milton Leite alega que a padaria não atende no final da noite e madrugada, e acredita que o estabelecimento não teria porte suficiente para participar de uma licitação desse tamanho.
O presidente da CMSP prometeu que será gasto menos de R$ 100 mil por ano: “Será usado na eventualidade da prorrogação da sessão, além do horário de funcionamento da padaria. Encomenda-se os lanches somente quando houver essas sessões. Não será diário. Imagino que isso deva ocorrer, em média, uma vez por semana”.
Milton Leite justificou a licitação como “um pleito dos vereadores” e acrescentou que pagou “com o próprio cartão de crédito” nas últimas três sessões.
Críticas
Ouvintes da BandNews FM criticaram a decisão da CMSP, mas o presidente da Casa usou o argumento de que é “normal, no mundo corporativo, oferecer lanche para os funcionários” que passam do horário normal de trabalho.
A licitação prevê itens que vão desde pães e frutas até carnes, macarrão, pizza, manjar branco e mousse. Perguntado sobre a qualidade desses produtos em relação ao que é oferecido na merenda escolar da rede pública, Milton Leite disse que é essa relação não é possível, pois os alunos tem várias refeições por dia, enquanto os vereadores vão encomendar os alimentos “eventualmente”.
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