O presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, afirmou nesta sexta-feira que os dois atentados terroristas na comunidade autônoma não mudam seus planos de convocar um plebiscito separatista para o dia 1º de outubro.
Em entrevista à rádio Onda Cero, o líder afirmou que é "miserável" misturar os anseios independentistas do governo catalão com os ataques que atingiram as cidades de Barcelona e Cambrils, deixando ao menos 14 mortos e mais de 130 feridos.
"Os atentados não modificarão em nada a rota relativa ao processo [para o plebiscito]", garantiu Puigdemont, que trava uma batalha com o Tribunal Constitucional da Espanha para permitir a realização da consulta popular.
“A união faz a força”
No último dia 31 de julho, a corte suspendeu uma mudança no regulamento do Parlamento da Catalunha que previa um trâmite "acelerado" para a organização do plebiscito na comunidade autônoma. A votação é um dos pilares do programa de Puigdemont.
A declaração do presidente catalão foi dada após o diretório do Partido Popular (PP) - legenda liderada pelo primeiro-ministro Mariano Rajoy - ter publicado no Facebook uma mensagem com o seguinte texto: "Quando um país se enfraquece por ideias independentistas, acontecem essas coisas! A união faz a força!".
“Interpretações erradas”
Pouco depois, a sigla apagou a publicação e divulgou um pedido de desculpas por ter provocado "interpretações erradas". Durante a cerimônia realizada nesta sexta na Praça da Catalunha, em Barcelona, algumas pessoas tentaram levantar bandeiras da região e da Espanha, mas foram vaiadas pela multidão.
"Estamos aqui pelas vítimas e para protestar contra o que aconteceu, isso não tem a ver com questões políticas", disse a barcelonesa Anna Esquerdo. Em seus primeiros pronunciamentos após o atentado nas Ramblas, tanto Rajoy quanto o rei Felipe VI falaram em união, mas em um caráter mais amplo, sem citar de nenhuma forma os anseios separatistas dos catalães.
Em novembro de 2014, a região realizou um plebiscito informal, quando mais de 80% dos eleitores defenderam sua soberania, porém a votação não é reconhecida por Madri.
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