Foi preso neste domingo um suspeito de ter colocado um fuzil na estátua em bronze do cantor Michael Jackson (1958-2009) instalada no Morro Dona Marta, em Botafogo, zona sul do Rio. Segundo a Polícia Militar (PM), o homem seria traficante e atende pelo apelido de Mateuzinho.
Mateuzinho foi encontrado por PMs da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da favela, à tarde. Ele tem uma condenação por tentativa de homicídio de um PM da UPP, ocorrida em dezembro do ano passado, é foragido da Justiça e foi reconhecido durante patrulhamento no morro, conforme informou a PM.
Homenagem
A polícia não soube dizer quando a arma foi pendurada no pescoço da escultura. A foto foi tirada por um criminoso e viralizou no último dia 14.
A estátua foi inaugurada em 2010, um ano após a morte do cantor. Está fixada no alto do morro, na laje onde Michael gravou parte do clipe "They don't care about us", em 1996. É um ponto turístico do morro, muito procurado por visitantes – tanto brasileiros quanto estrangeiros.
Traficantes
No dia do ocorrido, a PM já havia informado que os suspeitos tinham sido identificados, mas que ainda não sabia exatamente quando a foto foi tirada. O Setor de Inteligência da UPP afirmou que alguns deles estavam com mandado de prisão em aberto e que buscas estavam sendo feitas.
Os criminosos, de acordo com a PM, fazem parte da quadrilha de Marco Pollo Lima dos Santos, o Mãozinha, que estava foragido e foi preso por integrantes da UPP no último dia 27 de julho.
Crise das UPPs
Desde que foi aberta, a UPP Dona Marta sempre foi considerada uma unidade modelo do sistema de aproximação da polícia e da população e de retirada de traficantes armados das ruas das comunidades.
Mas a situação mudou, e, com isso, os tiroteios e mortes voltaram.
Prestes a fazer uma década, as UPPs hoje somam 38 unidades. O modelo vive uma crise, decorrente da insuficiência de PMs para o patrulhamento e do rombo financeiro nas contas do Estado. A falência das UPPs vem sendo evidenciada na volta dos embates entre policiais e traficantes e na falta de confiança dos moradores das favelas em relação aos policiais, acusados de abusos e de corrupção.
Para especialistas na área de segurança, o ponto de inflexão foi julho de 2013, marcado pelo assassinato do auxiliar de pedreiro Amarildo de Souza. Ele foi sequestrado, torturado e morto por PMs da UPP da Rocinha, favela onde morava. Doze PMs foram condenados pelos crimes de tortura seguida de morte, ocultação de cadáver e fraude processual.
Jornal da Band: Traficantes armam estátua de Michael Jackson com fuzil
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