A origem de problemas em aparelhos eletrônicos e até de incêndios em casa pode estar dentro das paredes. Especialistas alertam que fios elétricos de baixa qualidade estão sendo vendidos, causando riscos aos consumidores.
Segundo a Qualifio, associação que reúne 20 das 106 marcas presentes no comércio, 59 das empresas fiscalizadas este ano tinham produtos irregulares. Entre janeiro e julho, a entidade coletou quase 800 amostras no mercado, e 55% apresentaram inconformidades.
O secretário executivo da Qualifio, Maurício Sant'ana, alerta que muitos fabricantes colocam menos cobre nos fios para baixar custos.
Em abril, o Ipem (Instituto de Pesos e Medidas de São Paulo) fez uma operação para retirar das lojas os produtos indicados pelo Inmetro. O órgão apreendeu fios e cabos de nove marcas em 15 estabelecimentos do estado, três deles na Grande São Paulo.
Principal problema
A gestora do Centro de Fiscalização da Conformidade de Produtos do Ipem, Marta Malvestiti, diz que o principal problema é a resistência acima da adequada. Além de prejudicar o consumidor, as marcas irregulares também afetam empresas que estão em dia com as exigências de qualidade.
O gerente de Engenharia de Produto da SIL, Nelson Volyk, avalia que muitas certificadoras credenciadas pelo Inmetro não são confiáveis.
Em nota, o Inmetro declarou que tem recebido denúncias sobre fabricantes com o selo de qualidade, mas sem os requisitos definidos no esquema de certificação. Segundo o instituto, as certificadoras estão sendo notificadas para apresentar as medidas que estão sendo tomadas em relação às inconformidades dos produtos.
O Inmetro acrescenta que estuda aplicar ações de acompanhamento mais eficientes para identificar e coibir esta prática.
A lista de empresas que tiveram produtos apreendidos em abril está disponível no site do Ipem. Já na página do Inmetro é possível verificar com o número de registro se um item possui certificação.
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