A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMD-RR), no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (21), por meio das investigações da Operação Zelotes. De acordo com a apuração do Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, o inquérito é relatado pelo ministro Ricardo Lewandowski na Corte e tramita em sigilo.
Jucá era investigado por suposto favorecimento ao Grupo Gerdau em uma medida provisória, em troca de doações eleitorais. Além dele, são investigados no mesmo caso os deputados Alfredo Kaefer (PSL-PR) e Jorge Côrte Real (PTB-PE). Não há detalhe sobre a acusação feita pela PGR, devido ao segredo de Justiça.
Mudando o curso da história
A Operação Zelotes detectou indícios de que o senador alterou o texto da MP 627, de 2013, para beneficiar a siderúrgica. Jucá era o relator do texto, que mudava as regras de tributação dos lucros de empresas no exterior. De acordo com os investigadores,os deputados apresentaram emendas que favoreceram o grupo.
E-mails apreendidos da sede da Gerdau mostraram que a alteração feita na MP foi sugerida pela própria empresa. Porém, os três congressistas e a siderúrgica negam irregularidades.
Sob a mira de todos
Jucá se tornou alvo de duas investigações na Zelotes e foi denunciado pela PGR em uma delas. Os inquéritos começaram a tramitar no ano passado com a autorização de Lewandowski. A denúncia oferecida pela PGR tem como base o resultado da investigação.
Além da Zelotes, o senador é investigado pela PGR por suposto envolvimento no esquema apurado pela Lava Jato e foi um dos nomes citados pelos delatores da Odebrecht.
Lewandowski deve levar a denúncia à 2ª Turma do STF, a qual, por sua vez, pode decidir se aceita a acusação da PGR e torna o senador réu.
Procurado, o advogado do senador, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que o inquérito não apontou indícios de prática de crimes por seu cliente. Para ele, a denúncia faz parte de um conjunto de acusações que estão sendo apresentadas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no fim de seu mandato para mostrar resultados. "Tendo a acreditar que isso faz parte da sessão de flechas finais do Janot", criticou o advogado.
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