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Ataque sônico em Cuba pode ter causado danos cerebrais em diplomatas

23/08/2017 00:00

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O "ataque sônico" sofrido há alguns meses por vários diplomatas americanos e canadenses em Cuba pode ter provocado danos cerebrais nos mesmos, informou nesta quarta-feira (23) a emissora de TV americana CBS, que disse ter tido acesso relatórios médicos do caso.

Um médico americano que avaliou os diplomatas dois dos países diagnosticou "doenças graves como lesão cerebral traumática, com provável dano ao sistema nervoso central", indicou a emissora.

Os diplomatas afirmaram que sentiram sintomas como náuseas, perda de audição, dores de cabeça e problemas de equilíbrio.

Havana

O FBI [Polícia Federal dos EUA] e o governo de Cuba estão investigando os incidentes ocorridos em Havana. Segundo o Departamento de Estado dos Estados Unidos, os ataques teriam ocorrido no final de 2016. As emissoras CBS e CNN, no entanto, dizem que eles seguiram ocorrendo neste ano.

O governo dos EUA não detalhou a natureza das agressões, nem quis confirmar as informações da imprensa que indicam que os diplomatas foram vítimas de um "ataque acústico". A CNNinformou nesta segunda-feira que mais de dez diplomatas americanos e seus familiares foram afetados pelo problema. Além disso, estão entre as vítimas cinco funcionários que trabalhavam na embaixada do Canadá na capital cubana.

Segundo a CNN, dois diplomatas que foram tratados nos EUA "sofreram danos de longo prazo, incluindo a perda auditiva como resultado dos ataques, e não puderam voltar a Cuba". Outros decidiram deixar os cargos na ilha pelo ocorrido.

Arma sônica

"Em alguns dos ataques, uma sofisticada arma sônica que operava fora da categoria de sons audíveis foi ativada dentro e fora das residências de diplomatas americanos que viviam em Havana e provocou sensações físicas imediatas", indicou a CNN.

Outros ataques geravam um ruído alto e ensurdecedor, similar a um zumbido de um inseto ou a um metal arranhando o solo, mas as vítimas não conseguiam identificar a fonte do som.

O governo de Cuba afirmou este mês que, após ter sido informado em fevereiro sobre os incidentes, iniciou uma "investigação cansativa, prioritária e urgente", reforçando também as medidas de segurança dos funcionários da embaixada americana na ilha.

Diplomatas expulsos

Apesar de os EUA não culparem, por enquanto, Cuba de realizar os ataques, o Departamento de Estado decidiu expulsar dois diplomatas cubanos da embaixada do país em Washington por considerar que Havana não cumpriu com a responsabilidade de proteger os funcionários americanos na ilha.

Os Estados Unidos e Cuba reabriram suas embaixadas em Havana e Washington em julho de 2015, reatando relações diplomáticas após de 54 anos de distanciamento.

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