Um cartaz considerado machista com apologia ao estupro e a violência contra a mulher foi pendurado nas paredes de uma república em São João del Rei, interior de Minas Gerais. A imagem do informativo foi postado nas redes sociais e gerou revolta.
O cartaz sugere os direitos e deveres dos moradores da República da Nação, mas todas as regras são machistas e denigrem a imagem da mulher. “Nunca se deve bater em uma mulher, ela pode gostar”, é um dos tópicos do informativo. Outra norma citada é quem não há problema em “embebedar uma mulher para pegá-la”.
Depois da repercussão nas redes sociais, a república – que existe há 13 anos - se manifestou em nota. “Erramos por um dia ter colado este cartaz numa parede dentro da nossa casa. Erramos por ter convivido tanto tempo sem nos incomodar com o conteúdo deste cartaz de conteúdo machista. Temos família, esposas, namoradas, irmãs, mães e filhas. Não gostaríamos que elas fossem tratadas da forma como aquele cartaz sugere. Pedimos desculpas a todas as mulheres que já frequentaram a nossa casa e tiveram a desagradável experiência de ler aquele cartaz.”
O Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ) se pronunciou e mostrou repúdio ao conteúdo. “O cartaz divulgado estimula um crime contra a dignidade sexual, previsto no artigo 215 do Decreto-Lei no 2.848 do Código Penal: Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima. Cartazes como esses legitimam e perpetuam a violência de gênero, que mata mulheres todos os dias no Brasil e no mundo. Isso não é uma brincadeira, isso não é engraçado, isso é crime”.
A Polícia Civil informou que o caso está sendo investigado, mas já adiantou que o cartaz configura apologia ao crime.
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