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Janot: ministro da Agricultura é líder de organização criminosa

25/08/2017 00:00

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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, atribuiu ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, "a função de liderança mais proeminente na organização criminosa" delatada pelo ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa (PMDB). O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), abriu inquérito para investigar Blairo.

A solicitação tem como base a delação de Silval. O ministro da Agricultura é alvo da Operação Ararath, deflagrada em 2014, para investigar desvio de recursos públicos no Governo de Mato Grosso.

Janot atribuiu ao ministro "tentativas de interferir" na operação entre 2014 e 2017. O procurador citou o ex-deputado e ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso José Geraldo Riva.

"Entre os agentes políticos, destaca-se a figura de Blairo Borges Maggi, o qual exercia incontestavelmente a função de liderança mais proeminente na organização criminosa, embora se possa afirmar que outros personagens tinham também sua parcela de comando no grupo, entre eles o próprio Silval Barbosa e José Geraldo Riva".

Retirada do sigilo


O ministro Luiz Fux determinou a retirada do sigilo da delação de Silval e autorizou a abertura de um inquérito para apurar uma organização criminosa que se instalou na alta cúpula do governo do Mato Grosso, de acordo com o relato de Janot.

A decisão de Fux foi tomada na última quinta-feira, e atende ao pedido da Procuradoria-Geral da República. Fux havia homologou a delação no dia 9 de agosto, uma semana após de ter dito que ela seria "monstruosa".

Segundo Janot, Silval Barbosa descreve “fatos típicos praticados por autoridades detentoras de prerrogativa de foro, dentre elas o Deputado Federal Ezequiel Fonseca, Deputado Federal Carlos Bezerra, o Senador da República José Aparecido Santos, o Senador da República Wellington Fagundes e o Ministro de Estado e Senador da República licenciado Blairo Borges Maggi".

A PGR afirma que, segundo Silval, seu ex-chefe de gabinete Sílvio Cezar Correa Araújo, entre 2007 e 2010, praticou "inúmeros crimes contra a administração e lavagem de dinheiro".


Silvio Cézar Correa Araújo é uma das quatro pessoas a firmarem acordo de delação premiada, além de Silval Barbosa. Os outros delatores são Roseli de Fátima Meira Barbosa, esposa do ex-governador do Mato Grosso, Rodrigo da Cunha Barbosa e Antônio da Cunha Barbosa.

Distribuição de dinheiro


Como forma de corroboração à sua delação premiada, Silval entregou à Procuradoria-Geral da República vídeos que mostram políticos do Estado recebendo dinheiro vivo, veiculados no Jornal Nacional, da TV Globo, na quinta.

O ex-governador alega que as gravações foram feitas pelo então chefe de gabinete Silvio Cesar. De acordo com Silval, ele era o funcionário responsável por entregar os valores. O dinheiro, segundo o ex-governador, era de esquemas de propina no Estado

Defesa

A reportagem entrou em contato com o ministro Blairo Maggi, que ainda não se pronunciou.

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