Um dos grupos de mulheres é o Slam das Minas SP - Renata Armelin
Elas escrevem suas próprias poesias, fazem rimas e, por último, recitam para a plateia, que escuta com atenção por aproximadamente três minutos. O slam – batalha de poesias – desses grupos é ‘diferente’: é para “as minas, monas e manas”, ou seja, só para as mulheres.
Por meio das poesias faladas, elas denunciam o machismo e a cultura de estupro, o racismo, as cobranças de ser mãe solteira. Os temas são dos mais variados e os textos são avaliados por juízes, que dão notas de 0 a 10.
Apesar de já existir diversos grupos femininos no Brasil, a proposta é a mesma: dar espaço para mulheres e garantir uma vaga na competição nacional do slam.
O Slam das Minas – SP é um deles. A comunidade se reúne todo terceiro domingo do mês, cada vez em um local diferente na capital paulista.
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Para uma das organizadoras do grupo, a articuladora cultural Carolina Peixoto, o que torna o slam tão enriquecedor é a forma como a poesia pode ser usada de diferentes formas. “Mas não pode ser criada só para batalhar. A poesia é uma arte, não é só competição”, disse.
Confira vídeo de poetisa no Slam das Minas, em SP
E os temas são livres, mas Carolina explica que os juízes costumam ter preferências e os poetas também. “Os artistas ficam na zona de confronto mesmo, então o júri acaba valorizando mais esses temas”, explica. “A gente tenta ir um pouco na contramão disso senão vira uma briga de quem defende melhor sua bandeira. Mas, poesia de amor não ganha slam. As pessoas querem ver grito, sangue mesmo”, brinca a organizadora.
‘A voz sempre esteve lá’
“Slam não dá voz a ninguém. A voz sempre esteve lá, da periferia, das mulheres... O slam faz com que essas vozes agora sejam ouvidas”. A afirmação é da pioneira do slam no Brasil, Roberta Estrela D’alva, poetisa, MC, atriz e apresentadora. “No final da noite, você não se lembra de quem ganhou e sim da poesia. A poesia sempre vence”, completa.
Em entrevista ao Portal da Band, a slammer – nome dado a quem participa das batalhas – conta que a participação das mulheres vem aumentando com os anos. “O Slam das Minas é o grupo mais replicado no Brasil. A falta de presença das mulheres em algumas áreas é todo o reflexo de uma estrutura na sociedade, não do slam ou hip-hop, pelo contrário. Elas estão crescendo muito”, explica.
Roberta já participou da Copa do Mundo de Slam - Leonardo Rogerio/ZAP!
Para Roberta, o slam também é uma forma de ocupar mais os espaços públicos, além de ser mais uma oportunidade de ouvir o que o outro tem a dizer. “É a chance de est