O Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp) divulgou nesta terça-feira, em São Paulo, um estudo detalhado da educação superior no país. Segundo o Mapa do Ensino Superior no Brasil 2017, a proporção de alunos concluintes no ensino superior privado nas faixas de renda inferiores a três salários mínimos e de jovens pertencentes às classes C e D aumentou em comparação com o estudo anterior.
A alta do número de formandos chegou a 4,7 pontos percentuais na faixa com renda familiar de até 1,5 salário mínimo, ou seja, 13,5% dos formados, e de 3,4 pontos percentuais na faixa entre 1,5 e 3 salários mínimos, o que representa 26,8%, também a maior parcela dos concluintes do ensino superior.
“A ampliação da oferta pela rede privada e os programas sociais, principalmente o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), trouxe realmente uma classe nova, que é a classe C, para dentro do ensino superior, e você já tem os primeiros reflexos”, destaca o diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato.
Para ele, o crescimento econômico do início da década também foi um fator determinante. “Junto a isso, a economia vinha num crescente, e a classe C, em ascendência, de forma que essas pessoas começaram a ingressar no ensino superior”.
Aumento de formandos no Brasil
O mapa também mostra que o número total de concluintes de cursos presenciais no Brasil aumentou 9,3% de 2014 a 2015, e o número total de concluintes nos cursos a distância cresceu 23% de 2014 a 2015.
Os mais procurados
Desenvolvido em 2011, o estudo mostrou ainda que os cursos mais procurados pelos estudantes nas instituições privadas em 2015 pela faixa etária de até 24 anos foram Direito (765 mil matrículas), Administração (506 mil) e Engenharia Civil (300 mil). Já na faixa etária de 25 a 44 anos, a Enfermagem figura no lugar da Engenharia Civil, enquanto os dois primeiros cursos se mantêm. Por sua vez, universitários acima de 45 anos preferiram Direito, Pedagogia e Psicologia.
Na sala de aula
Nos cursos presenciais, a maioria dos alunos (52,3%) está na faixa etária de 19 a 24 anos – na rede pública, o percentual é de 57,8% e, na rede privada, de 50,1%. A faixa de 25 a 29 anos chega a 20% do total de universitários.
As matrículas nos cursos de nível superior a distância registraram, de 2009 a 2015, crescimento de 66%, com aumento de 90% na rede privada e uma queda de 26% na rede pública.
Acesso à universidade pública
O diretor executivo do Semesp considera restritivo o acesso à universidade pública.
“Além das pouquíssimas vagas, só conseguem concorrer aqueles que estudaram nas melhores escolas no ensino básico, ou seja, no ensino particular. Isso é contraditório, quer dizer que aqueles que estudaram em escola particular no ensino básico conseguem acessar a universidade pública gratuita e aqueles que estudaram no ensino público acabam tendo que frequentar a faculdade paga”, lamenta Capelato.
Estágio
Segundo o estudo, a empregabilidade está aumentando entre os que têm ensino superior completo. De 2014 a 2015, os postos de trabalho para quem tem curso superior cresceram 1,5%, chegando a 9,7 milhões de empregos em 2015. Para os que possuem apenas o Ensino Médio, o crescimento chegou a apenas 1% e, no Ensino Fundamental, houve uma queda de 3%.