Os cadáveres de pessoas congeladas seguindo os princípios da criogenia, ou seja, a ciência que estuda a queda a níveis muito baixos de temperaturas, poderão ser, em breve, enviados para o espaço.
A primeira e única empresa russa dedicada à criobiologia (a aplicação da criogenia em seres vivos), a KrioRus, anunciou ter fechado um acordo com a Space Technologies, um novo consórcio de ciências e tecnologia, e poderá fazer os lançamentos tanto de corpos humanos, como de bichos de estimação, amostras de DNA e até órgãos, como cérebros.
“Satélites com criocápsulas serão lançados em órbita por foguetes russos”, disse a diretora-geral da Space Technologies, Iúlia Arkhípova.
Apenas os Estados Unidos e a Rússia mantêm instalações criogênicas no mundo. Desde 2005, a KrioRus congelou os corpos e cérebros de 54 pessoas, oito cachorros, nove gatos, três pássaros e uma chinchila de estimação.
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De acordo com a empresa, muitas das pessoas congeladas tinham o sonho de ir ao espaço um dia.
Arkhípova não forneceu, porém, detalhes sobre se a empresa tem parcerias com organizações espaciais russas conhecidas.
A Space Technologies foi registrada em 2006 e não tem foguetes próprios ou veículos de lançamento. A empresa não implementou ainda um único projeto espacial, mas já anunciou planos ambiciosos, como a criação do primeiro cosmódromo russo privado e uma nova estação orbital, a MIR-2.
As criocápsulas não estarão apenas circulando em órbita, segundo Arkhípova. A empresa planeja desenvolver “satélites” para reparos em órbita – a representante também não fornece informações adicionais sobre essas declarações.
“As empresas espaciais russas líderes no mercado estão desenvolvendo esses satélites, com tecnologias únicas. Isso é informação secreta”, diz ela.
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A criogenia é o processo de preservar um cadáver com o uso de nitrogênio líquido. Atualmente, isso só pode ser feito a partir do momento em que uma pessoa é declarada morta. O processo de congelamento deve começar assim que o paciente morre para evitar danos cerebrais.
Primeiramente, o corpo é resfriado em uma banheira de gelo para reduzir gradualmente sua temperatura, e, depois, os médicos sugam o sangue e o substituem por um fluido anticongelamento para impedir a formação de cristais prejudiciais.
As pessoas que concordam com o processo têm esperança de que um dia os cientistas descubram uma maneira de trazê-las de volta à vida.
Os preços da KrioRus para conservar um corpo no espaço são a partir de 250 mil dólares. A Space Technologies ainda não revela os custos para lançar um corpo em órbita.
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