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Ameaça de 2ª denúncia mina base de Temer

03/09/2017 00:00

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Um mês após a votação que barrou o prosseguimento da denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer, o cenário que se desenha na Câmara é de incerteza e dispersão da base diante da iminência da apresentação de um nova acusação formal da Procuradoria-Geral da República tendo como alvo o peemedebista.

A avaliação de parlamentares é de que, em 2 de agosto, Temer saiu vitorioso ao conseguir barrar o prosseguimento da denúncia, mas com um placar no plenário que deixa implícita a dificuldade de manter a governabilidade. Foram 263 votos a favor, número pouco acima dos 257 votos que garantem maioria simples, necessária para aprovar projetos de lei, por exemplo.

Entre integrantes da base aliada, a queixa mais frequente é a de que o governo ainda não pagou a “conta” da denúncia e terá pouco a oferecer caso a Procuradoria-Geral da República apresente uma segunda acusação formal. A fatura cobrada pelos deputados que livraram Temer de ser afastado do cargo para ser investigado envolveu tanto a distribuição de cargos e recursos, por meio da liberação de emendas, quanto a promessa de intermediação do presidente em questões regionais e partidárias.

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A demissão de indicados de deputados que votaram contra Temer foi uma tentativa do governo de agradar à base, mas há um sentimento, especialmente entre deputados do PP, PR e PSD, que compõem o chamado Centrão, de que eles não foram recompensados à altura do que fizeram pelo presidente. Para integrantes do grupo Temer perdeu capital político ao não cumprir promessas e enfrentará um ambiente menos favorável no caso de uma segunda denúncia ser apresentada.

Tucanos

A não punição ao PSDB, que permanece com quatro ministérios, e rachou na votação da denúncia, é um dos pontos de maior crítica ao governo. O alvo da insatisfação é o ministro Antonio Imbassahy (BA), que ocupa a Secretaria de Governo. A pasta é estratégica na relação entre o Planalto e o Congresso e responsável, entre outras coisas, pela liberação das emendas parlamentares.

Outro aspecto apontado pelos deputados é que a lentidão na recuperação da economia cria um clima ainda mais desfavorável. Nos dias que antecederam a votação da denúncia contra Temer na Câmara, dizem, a sensação era de que a permanência do peemedebista no cargo seria essencial para que o País voltasse a crescer.

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