O maior teste nuclear já realizado pela Coreia do Norte foi condenado ao redor do mundo neste domingo, com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dizendo que o "apaziguamento" não funcionaria uma vez que as autoridades em Pyongyang "só entendem uma coisa".
A explosão do que a Coreia do Norte afirmou ser uma bomba de hidrogênio avançada ocorreu dias após o país ter disparado um míssil sobre o Japão e horas depois de Trump ter falado com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, pelo telefone sobre a "escalada" da crise nuclear.
Trump, que afirmou depois do lançamento do míssil na semana passada que conversar com Pyongyang "não é a resposta", fez um tweet dizendo que o teste de domingo mostrou que as "palavras e ações (da Coreia do Norte) continuam sendo muito hostis e perigosas para os Estados Unidos".
A China tentou, mas falhou em resolver o problema, disse ele, ao mesmo tempo que afirmou que a "conversa de apaziguamento" da Coreia do Sul não funcionaria, uma vez que "eles (os norte-coreanos) apenas entendem uma coisa!"
Rússia
A Rússia usou um tom mais cauteloso. "Nas condições emergentes é absolutamente essencial manter a calma, abster-se de quaisquer ações que poderiam levar a uma nova escalada das tensões", disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, acrescentando que a Coreia do Norte arriscava "graves consequências".
Norte-coreanos assistem a anúncio do novo teste nuclear - Foto: Kyodo/Reuters
Moscou afirmou que as negociações são o único modo de resolver a crise. Mais tarde no domingo, o presidente russo Vladimir Putin deve se encontrar com o presidente chinês Xi Jinping na China.
China
A China pediu que a Coreia do Norte pare ações "erradas" e afirmou que aplicaria com totalidade as resoluções das Nações Unidas ao país.
O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Boris Johnson, chamou o teste nuclear de "imprudente" e uma "provocação".
"Eles parecem estar se movendo mais perto em direção à bomba de hidrogênio, a qual, se instalada em um míssil bem sucedido, apresentaria de maneira inquestionável uma nova ordem de ameaça", disse ele à Sky News, acrescentando que não há soluções militares palatáveis.
França
O presidente francês Emmanuel Macron pediu por ação do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
"A comunidade internacional deve tratar essa nova provocação com a maior firmeza, para trazer a Coreia do Norte de volta incondicionalmente ao caminho do diálogo e para proceder ao desmantelamento completo, verificável e irreversível de seu programa nuclear e balístico", disse ele em comunicado.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que não tem acesso à Coreia do Norte, chamou o teste nuclear, o sexto de Pyongyang desde 2006, de "um ato extremamente lamentável" que "desconsiderou completamente as demandas repetidas da comunidade internacional".
Professor de relações internacionais Marcus Vinicuis Freitas explica consequências do novo teste