Detroit recria os tumultos civis provocados por afro-norte-americanos na cidade durante o verão de 50 anos atrás e os pouco conhecidos interrogatório e execução de três jovens negros no Algiers Motel.
O filme, que estreia nas maiores cidades dos Estados Unidos na sexta-feira, dia 28, tem 100 por cento de avaliações positivas no site agregador de críticas Rotten Tomatoes, algo raro, e muitos críticos de cinema o classificaram como atemporal, mas doloroso de se assistir.
Bigelow, presente em Detroit para a premiere de terça-feira, observou que, embora os acontecimentos tenham ocorrido meio século atrás, homens negros desarmados continuam sendo baleados pela polícia nos EUA.
"Estes eventos continuam acontecendo. Quer dizer, vejam o quão atemporal e tópico é (o que aconteceu) com Michael Brown, Trayvon Martin, Laquan McDonald, Freddie Gray", disse Bigelow aos repórteres no tapete vermelho.
Brown, Martin, McDonald e Gray foram mortos em incidentes separados entre 2012 e 2015, desencadeando protestos e um debate sobre a percepção de um viés racial na polícia norte-americana. Martin foi morto por um voluntário de uma patrulha de bairro."Acho (que o filme é) uma oportunidade para incentivar ou convidar a um diálogo que este país precisa desesperadamente sobre acabar com uma divisão, em minha humilde opinião", acrescentou a diretora.
Bigelow, de 65 anos, foi a primeira mulher a conquistar um Oscar de direção por Guerra ao Terror, produção de 2008 sobre a guerra do Iraque. Ela também dirigiu A Hora Mais Escura, suspense de 2012 sobre a missão militar dos EUA que caçou o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden.
Em Detroit, o ator Will Poulter interpreta um policial branco e racista que mais tarde foi julgado e absolvido de todas as acusações relacionadas às mortes.
"Penso como muitas outras pessoas brancas, às vezes o tópico da raça muitas vezes é incômodo ou difícil. Estou torcendo para que um filme como este incentive as pessoas a conversarem sobre este tópico", disse Poulter.
Assista ao trailer legendado do filme:
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