Considerada um dos maiores exemplos de empoderamento feminino no Brasil, Tais Araújo usou as redes sociais para desabafar sobre o quanto sua filha é diferente. Enquanto a atriz prega a igualdade entre os gêneros, a pequena Maria Antônia, mesmo sem entender muito, parece gostar de seguir o padrão que a sociedade já impõe para as meninas.
"Tenho uma filha de 2 anos e oito meses que ama rosa, enlouquece com princesas, brinca de mãe e filho o dia todo e chora quando entra numa loja de brinquedos querendo ferro e tábua de passar! Socorro! Confesso que cada vez que vejo esse movimento todo dela, me arrepio da cabeça aos pés", começou.
Tratando o assunto com muita seriedade, Tais confessa que os gostos da filha são quase uma irnonia do destino. "Parece piada que minha filha aja de maneira tão contrária a tudo que eu acredito. Mais ainda, de maneira contrária a tudo que prego no meu dia a dia, a tudo que acredito que seja uma construção social das mais cruéis que segregam meninas e traçam pra elas um único e fatídico destino, a tudo que fuja do roteiro traçado por essa construção que seja carregado de culpa e julgamentos", pontua.
Segundo a atriz, a segunda filha dela com Lázaro Ramos não ganhou nenhum brinquedo até completar um ano, já que o irmão mais velho tinha bastante coisa em casa. Mas logo vieram os presentes e entre eles as coisas consideradas para meninas. "Não acredito que existam brinquedos de menina ou de menino. Lembro com perfeição quando ela, com um ano de idade, pegou uma boneca no colo e ninou. Fiquei muito espantada, mas sabia que ela estava reproduzindo o que fazíamos com ela", relembrou.
No entanto, as preferências de Maria continuaram as mesmas. "E as princesas? Pode ser influência das amiguinhas. E a cor rosa? E a predileção por saias e saias que rodem? E a paixão por panelinhas e fogão? E o ferro e a tábua de passar, minha gente?! Acredito que seja tudo repetição do que ela vê à sua volta, mas ela também vê (e muito) outras coisas", complementou.
Como uma mãe empoderada, Tais apresenta suas alternativas. "Quando senti esse movimento, a minha primeira ação foi apresentar a ela outras opções, para que ela pudesse perceber que além do mundo de fadas, bonecas, saias, panelinhas e princesas existe muita coisa legal com que ela também pode brincar".
Mesmo assim, faz questão de dizer que sempre respeitará o gosto da caçula e a incentivará a ser o que desejar. "Ela gosta desse mundo, esse é o mundo de brincadeiras que ela escolheu pra chamar de seu. Eu, como mãe, acredito que devo continuar dando opções para que ela sempre saiba que pode sim ser o que quiser: astronauta, bailarina, bombeira, princesa, médica, fada, engenheira, cozinheira, professora, princesa, passadeira... não importa, o que importa é ela conquistar a liberdade de ser o que ela quiser", concluiu.