O currículo é o primeiro contato do candidato com o recrutador. Nele, estão reunidos dados pessoais, objetivo do profissional, formação acadêmica e experiências profissionais. A maneira como ele é organizado pode despertar o interesse do recrutador ou levar o candidato à eliminação. Para Alexandre Attauah, da empresa de recrutamento Robert Half, é importante que o currículo esteja elaborado de forma simples e direta, e que proporcione uma leitura fácil. “Uma ou duas páginas, dependendo da quantidade de informações que você tenha para colocar, já é suficiente”, aponta.

Além dos dados pessoais, a formação, os cursos e a experiência no mercado de trabalho são essenciais. “O dado mais importante é o objetivo, onde o candidato vai colocar o que busca para sua carreira”, destaca Attauah. Por isso, é importante que o objetivo do profissional esteja de acordo com a vaga para a qual ele vai se candidatar. Esse é um ponto que pode levar à eliminação do currículo caso não esteja em concordância.

Uma pesquisa realizada pela Robert Half em 2014 aponta que dois erros de digitação no currículo, segundo 46% dos gestores entrevistados pela empresa nos Estados Unidos, são suficientes para tirar um candidato do processo seletivo.

Segundo André Ferragut, head das áreas de engenharia e supply chain da empresa de recrutamento Hays, as informações devem estar colocadas cronologicamente, da mais recente para a mais antiga, “para que a pessoa que esteja lendo o currículo tenha o primeiro contato com a posição que o profissional está ocupando naquele momento”, explica. Além disso, é importante não omitir nenhum emprego, mesmo que o candidato não a considere importante.

De acordo com Attauah, um recrutador procura primeiro pelos dados mais relevantes para preencher a vaga disponível, mas ter um segundo idioma faz diferença na hora da contratação. “Serve como um critério de escolha. Se dois candidatos têm características técnicas e comportamentais semelhantes, falar outros idiomas influenciará no critério de decisão.” Porém, há alguns cargos que falar inglês ou espanhol é obrigatório.

Em contrapartida, a foto no currículo perdeu a importância ao longo dos anos. “Já que o currículo não pode ser extenso, colocar uma foto pode ocupar um espaço que poderia ser usado para colocar um conteúdo”, conclui Attauah.

Para uma pessoa que tem pouca ou quase nenhuma experiência, Ferragut orienta que ela, além de colocar os dados imprescindíveis, apresente alguma experiência extracurricular, como participação em uma empresa júnior da faculdade, na atlética ou no diretório acadêmico. “Esse tipo de experiência para um primeiro emprego é interessante porque mostra que a pessoa teve que saber como trabalhar em equipe, por exemplo.”

Confira como organizar melhor os dados em seu currículo: