O Elias é afinador de piano. O Ronaldo relojoeiro. E o Valério alfaiate. Os três exercem profissões à beira da extinção.
A procura por esses serviços, de fato, diminuiu de forma significativa nas últimas décadas e muitos profissionais foram obrigados a mudar de área. Quem ainda resiste, sobrevive com uma clientela menor, porém fiel.
Na alfaiataria do Valério, o segredo está na tradição de quase 70 anos. O pai, hoje com 82 ainda trabalha. Um terno aqui feito à mão e sob medida custa, no mínimo, quatro mil reais, e os proprietários garantem seu diferencial: “Tem diferença, fica completamente diferente porque cada pessoa tem um corpo”.
O filho, que aprendeu o ofício com o pai, diz que o grande problema da profissão não é a falta de clientes, mas o desinteresse dos jovens que não querem ser alfaiates. “Quem tem estudo ser médico, doutor, mexer na internet; ninguém quer aprender a profissão de alfaiate, sapateiro”, diz Valério.
O Ronaldo também tem certeza de que é um dos últimos relojoeiros em atividade. Se dependesse só do conserto de relógios, ele já teria falido. “Hoje o mercado consumidor está consumista. Prefere comprar do que consertar”, explica.
Já o Elias não pode reclamar, afina em média 3 pianos por dia e cobra R$ 300 por cada serviço. “Pianista é o único instrumentista que não afina o seu próprio instrumento”, ou seja, enquanto houver pianistas, haverá trabalho.
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