Assim como o guarda-roupa, o apetite também mostra cara nova quando a estação do ano muda. Na primavera, o gosto normalmente abandona as comidas mais calóricas e pesadas do inverno, deixando entrar pratos leves, que anunciam a chegada do verão, como os frutos do mar.
Para acompanhar esta mudança, um vinho rosé. É o que explica Flávio Bin, gerente e consultor de vinhos da importadora Porto a Porto, sobre a bebida que é símbolo da primavera, junto dos espumantes e vinhos brancos. “Quem determina o vinho são os pratos. Com a estação mais amena, entram os vinhos com mais acidez e frescor, como o rosé, o espumante e o branco”, explica.
A escolha da bebida, claro, não é uma regra. Mas a combinação com os pratos é bastante importante. Tanto que o vinho rosé aumentou sua comercialização no Brasil depois que os consumidores passaram a pesquisar e buscar entender o universo dos vinhos, explica Bin.
“O principal objetivo do vinho é tornar o prato melhor. Por exemplo, se você comer camarão com vinho tinto, a mistura deixa um gosto metálico na boca”.
Na Europa, que tem uma tradição de vinhos mais antiga, o rosé sempre foi muito consumido. “Aqui existia também um preconceito com o vinho rosé pela baixa qualidade das bebidas que chegavam ao Brasil. Há cerca de oito anos, as importadoras começaram a trazer os vinhos de qualidade”, acrescentou o consultor.
Fazendo um paralelo com os brancos e tintos, é como se os rosés estivessem no meio do caminho. Mantém a acidez e o frescor dos vinhos brancos e a estrutura dos vinhos tintos. “E ele é consumido geralmente numa temperatura de entre 8° e 12°. Mais gelado que o tinto e mais quente que o branco”, explica Bin.
Além de serem bons acompanhantes para os pratos leves, o rosé e o espumante têm outra qualidade ressaltada por Bin: a versatilidade. São ótimos na harmonização de pratos, mas também servem para serem degustados sozinhos. “Simplesmente para degustar, para ser servido como aperitivo, ou no almoço ou no jantar, com pratos leves”, acrescentou.
Os espumantes – vinhos com nível significativo de gás carbônico – são tradicionalmente vinhos de coloração clara. Entre as dicas de Bin, está o Espumante 3B, da enóloga portuguesa Filipa Pato. De cor salmão, a bebida é seca, frutada e possui acidez mineral.
De vinhos brancos, o consultor indica o Loureiro, de João Portugal Ramos. A bebida é elaborada com as uvas loureiro e alvarinho, que conferem uma coloração mais esverdeada ao vinho.
As cores dos vinhos são tão diversas justamente pela variedade de uvas. Só entre os vinhos rosés, pode haver bebidas mais avermelhadas, rosadas ou alaranjadas. Mas não é só isto. O grande determinante do tipo de vinho que se quer é o tempo que as cascas participam