Os sindicatos argentinos de trabalhadores do transporte anunciaram o início de um "boicote" contra barcos de bandeira britânica que chegarem ao seu país, em repúdio às "pretensões militaristas" da Grã-Bretanha nas Ilhas Malvinas, segundo comunicado publicado na segunda-feira.
A Confederação Argentina de Trabalhadores do Transporte (CATT) anunciou que "a partir da data (esta segunda-feira), resolvemos boicotar qualquer navio com bandeira inglesa".
"A CATT, interpretando o sentimento nacional, decidiu, diante das pretensões militaristas dos ingleses, usar a ferramenta que os trabalhadores temos", informou o comunicado sob o lema "Malvinas somos todos".
O texto diz que a medida atingirá "qualquer navio, de qualquer tipo e forma, que tiver bandeira britânica e estiver registrado sob uma bandeira de conveniência".
O comunicado, que não especifica o alcance ou tipo de boicote que se fará, leva a assinatura de Omar Viviani, dirigente dos taxistas e secretário geral da CATT, que abarca ainda os sindicatos de caminhoneiros, trabalhadores portuários, marítimos, ferroviários e aéreos.
Em meio a uma escalada de acusações entre os dois países, a Argentina denunciou na semana passada, nas Nações Unidas, uma "militarização" do Atlântico sul, depois que o Reino Unido enviou para a região um moderno destróier.
Em 2 de abril completa 30 anos o conflito bélico que deixou 649 argentinos e 255 britânicos mortos e terminou 74 dias depois com a rendição da Argentina, na época governada por uma ditadura militar.