As autoridades argentinas proibiram nesta segunda-feira o acesso ao porto de Ushuaia de dois cruzeiros britânicos, dois dias depois de ambos terem feito escala nas Ilhas Malvinas, anunciou a empresa Carnival, proprietária das duas embarcações.
O "Adonia", da P&O Cruises, e o "Star Princess", da Princess Cruises, deveriam fazer escala durante o dia em Ushuaia antes de continuar sua viagem para o Chile, indicou a empresa matriz de ambas as companhias.
"Depois de uma parada nas Ilhas Falklands (denominação britânica das Malvinas) no sábado, 25 de fevereiro, as autoridades portuárias locais não permitiram ao 'Adonia' atracar em Ushuaia, Argentina", ressaltou a empresa em um primeiro comunicado.
O barco com capacidade para cerca de 700 passageiros, que zarpou em 13 de janeiro da cidade inglesa de Southampton (sul), segue um percurso de 87 dias pela América Latina que já o levou a Brasil e Uruguai, e continuará até o norte pelo Oceano Pacífico.
"O 'Adonia' se dirige agora para seu próximo porto de escala, Punta Arenas, no Chile", indicou o comunicado.
A Carnival anunciou posteriormente que o "Star Princess", que partiu do Rio de Janeiro em 18 de fevereiro para um cruzeiro de 14 dias e também fez escala no sábado nas Malvinas, também não tinha conseguido entrar no porto.
Esses novos incidentes ocorrem em meio a uma escalada de tensão entre o Reino Unido e a Argentina em torno das Malvinas, sob domínio britânico desde 1833 mas que tem sua soberania reivindicada pela Argentina.
O Ministério britânico das Relações Exteriores indicou que está "muito preocupado" com essa atitude argentina.
"Não pode haver justificativa alguma para interferir em um comércio livre e legítimo", declarou um porta-voz do ministério.
"Os diplomatas britânicos na Argentina estão tentando esclarecer urgentemente as circunstâncias que cercam este incidente, e estamos em contato com a empresa afetada", acrescentou em um comunicado.