O cruzeiro Costa Allegra, rebocado por uma traineira francesa depois de um incêndio no Oceano Índico, será finalmente levado para Mahé, principal ilha das Seicheles, e não para Desroches, como previsto inicialmente, anunciou nesta terça-feira a empresa Costa Cruzeiro.
"O navio será rebocado até Mahé, onde ele deve chegar na quinta-feira pela manhã", informou um comunicado da Costa Cruzeiro, justificando a falta de segurança e abrigo em caso de desembarque de passageiros e tripulantes na pequena ilha de Desroches.
"O desembarque na ilha de Desroches não teria a garantia e condições de segurança necessárias e adequadas para a chegada do navio e o desembarque dos passageiros", indicou o comunicado.
"Além disso, os suportes logísticos e hoteleiros na ilha não são suficientes: seria necessário, imediatamente após o desembarque dos passageiros com a ajuda de botes, a transferência imediata com balsas de Desroches para Mahé", acrescentou a companhia.
"Portando, ficou decidido rebocar o navio até Mahé, utilizando igualmente a ajuda de dois outros rebocadores, que já estão se aproximando do cruzeiro e que vão permitir aumentar a sua velocidade", segundo a mesma fonte.
"A chegada a Mahé está prevista para quinta-feira, 1º de março, na parte da manhã, algumas horas depois que as balsas chegariam de Desroches", explicou a Costa Cruzeiros.
A companhia já organiza "ligações contínuas" entre o navio e um helicóptero que fornecerá alimentos, lanternas e outros produtos de primeira necessidade "para aliviar as difíceis condições a bordo", sem ar condicionado e nem comida quente.
"A companhia pede sinceras desculpas pelo inconveniente: a prioridade absoluta é torná-lo o mais breve possível", concluiu o comunicado.
O navio está sendo escoltado, alternadamente, por dois aviões - um de Seicheles, e o outro indiano. As Seicheles abrigam vários aviões de vigilância estrangeiros, que os ajudam a lidar com os ataques de piratas somalis.
Depois de ter partido no sábado de Madagascar, o navio de cruzeiro de 188 metros de comprimento, com 636 passageiros - de 25 nacionalidades diferentes, essencialmente italianos, franceses e austríacos - e 413 membros da tripulação a bordo dirigia-se para as Seicheles quando foi atingido por um incêndio.
O incidente não poderia acontecer em pior momento para a Costa Cruzeiros, filial da gigante companhia americana Carnival: as queixas relacionadas ao naufrágio de um outro dos seus navios, o Concordia, surgem em toda parte. Este naufrágio, do dia 13 de janeiro perto da ilha italiana de Giglio, matou 32 pessoas.