A fabricante europeia de aviões Airbus anunciou nesta quarta-feira que se associou a um consórcio australiano para explorar a produção de biocombustível a partir de uma espécie de eucalipto que cresce em regiões áridas.
Assim como a concorrente americana Boeing, a Airbus apoia o desenvolvimento de combustíveis de origem orgânica, menos poluentes do que o querosene de aviação, de origem fóssil, cuja queima emite muito carbono.
"O objetivo do projeto é estabelecer um centro piloto para produção de combustíveis alternativos, que estará operando na Austrália no ano que vem", anunciou a Airbus em um comunicado. O consórcio inclui a companhia Virgin Austrália.
O projeto tem como objetivo usar o 'mallee', espécie de eucalipto cultivado no chamado "wheat belt" (cinturão de trigo) da Austrália ocidental, e transformá-lo, através de um processo de pirólise, em combustível alternativo para a aviação civil.
A pirólise consiste na queima, sem oxigênio, da celulose presente no 'mallee' para obter um hidrocarboneto, explicou à AFP Frédéric Eychenne, diretor do programa de novas fontes de energia da Airbus.
"O papel da Airbus é apoiar o processo de aprovação e de certificação para que os combustíveis obtidos por pirólise possam ser usados pela primeira vez na aviação civil", acrescentou.
Dois organismos internacionais, um com sede nos Estados Unidos e outro na Grã-Bretanha, já certificaram outros dois processos de fabricação de bioquerosene que autoriza a utilização de biocombustíveis na aviação.