Paris sempre teve uma supremacia no campo das artes, por isso era esperado que quando os parisienses resolvessem fazer arte de rua, eles fossem melhores do que o resto do mundo.
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Com vibração, sofisticação e grande volume de produção, a arte de rua da capital francesa se destaca. Esboços e desenhos aparacem por toda a cidade, mas além dos bairros centrais, na periferia é possível encontrar paredes inteiras revestidas com imagens, que estão constantemente mudando.
Hami Delimi, da L'Oeuf Creative, uma agência que ajuda artistas com marcas e representações, explica que muitas comunidades concordam em não processar esses artistas, principalmente quando eles são nativos daquela região.
"As pessoas têm orgulho de ter esses artistas tão perto", explica Delimi. "De qualquer jeito, se uma pessoa de fora da comunidade escrever em um de seus muros, pode enfrentar problemas", ele completa.
No distrito 19, que Delimini considera o primeiro reduto do grafite em Paris na década de 80, o herói local se chama Da Cruz. Suas grandes caricaturas e desenhos com cores fortes estão nos cartões telefônicos, edifícios, paredes e caixas de correio, e ninguém pinta por cima de suas criações.
Entre as outras obras da cidade, estão gravuras dos artistas Miss.tic, Nemo, Jerome Mesnager, Jeff Aerosol, Art of Popof e Atlas.
O futuro é agora
A arte de rua tem crescido muito e seus representantes têm ganhado dinheiro e destaque. Seu mais recente contribuidor é também uma das lendas desse tipo de arte: Futura Lenny McGurr. Mais conhecido como Futura 2000, ele começou sua carreira pichando o metrô de Nova York, no final dos anos 70.
Durante a turnê do The Clash ele também fez um trabalho inovador, pintando gravuras no palco enquanto a banda tocava. Fez sucesso também em exposições em galerias de arte, a maioria em Paris. Sua primeira exposição foi em 1982.
Hoje ele é representado pela Galerie Jerome de Noirmont e produziu brinquedos, camisetas e capas de discos. Recentemente ele ficou fora de atividade, mas no dia 13 de agosto lançou uma garrafa de edição especial com a marca de conhaque Hennessy.
O trabalho é uma mistura de traços abstratos, cores primárias e redemoinhos atômicos, uma marca do Futura. "Eu chamo o movimento em que me formei como artista de movimento do metrô. Ele é ultrapassado hoje, mas, de repente, a nova geração voltou a dar valor a ele. E assim, se abriram as portas para eu retomar minha carreira", conta Futura.
Agora nas galerias
O cenário das artes se desenvolveu de forma tão inesperada, que hoje as galerias estão abarrotadas de arte que antes só se via nas ruas. Além das exposições, também se tornou comum que as marcas de luxo explorem o grafite.
Kongo, um importante artista de rua, por exemplo, hoje em dia ilustra lenços para a marca francesa Hermès. Mas alguns artistas ainda relutam em vender a sua arte para as grandes marcas.
O grafiteiro francês Kidult, vandaliza as portas de entrada de lojas de luxo, escrevendo palavras em paredes e vidros, sempre em cores vibrantes. A pichaç&a