Não é porque você vai pra balada que precisa se acabar. Tem gente que consegue a proeza de passar horas em eventos de música eletrônica sem beber, o que atualmente é considerado uma aberração para os mais jovens. Mas, também tem gente que faz questão de não beber, de não fumar e nesse contexto surgiram movimentos de festas matutinas com uma proposta totalmente diferente da balada pesada: é o chamado clubbing consciente, onde se trocam as bebidas alcoólicas por sucos de frutas e chás e a pegação desenfreada por anfitriões que oferecem “Abraços Gratuitos”, prática de yoga e massagens.
Essas raves matutinas estão ganhando força nas principais cidades do mundo, duas delas são muito conhecidas e populares: Morning Gloryville (Londres) e Daybreaker (São Francisco) e atraem milhares de pessoas para eventos que acontecem entre 6h30 e 10h30 em pleno dia útil para pessoas que gostam de começar o dia com uma injeção de energia diferente.
Em ambas é possível fazer massagem, alongamento e tomar um café da manhã absolutamente saudável, apesar da música eletrônica bombar como em qualquer casa noturna destinada ao gênero. É uma questão de ampliar corações e mentes”, disse Samantha Moyo, de 28 anos, fundadora do Morning Gloryville, cuja festa recente nas manhãs de terça-feira no famoso clube londrino Ministry of Sound recebeu centenas de jovens em idade universitária.
As grandes empresas já notaram a tendência. O chá Lipton, da multinacional Unilever, patrocinou uma série de eventos matutinos durante o verão local, incluindo uma exibição de cinema com balada e travessia no rio ao nascer do sol. A Imperial Tobacco usou uma festa “rise 'n rave” em janeiro para o lançamento de um novo produto – fitas bucais de sabor café.
O objetivo dessa comunidade global de eventos é capacitar as pessoas para entenderem e aproveitarem o melhor do dia, mudando seus hábitos de lazer, como varar madrugadas em festas sem dormir ingerindo drogas e bebida alcoólica.