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Tratado como verdadeiro funcionário, veja como o melhor amigo do homem vem invadindo escritórios e virando até celebridade

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Seja auxiliando policiais, deficientes visuais ou apenas com sua presença, os cães provam a cada dia que, desde quando foram domesticados, só fazem melhorar a qualidade de vida do homem. Enquanto muitos restaurantes chineses ainda os consideram comida, no ocidente os cachorros ganharam identidade e estão “invadindo” o ambiente de trabalho, com regalias de inspirar inveja a qualquer estagiário.

Já é fato comprovado que um mascote no escritório diminui o nível de estresse dos colaboradores, mas será que a experiência também é tão positiva para o animal? Antes de se agarrar ao velho ditado que diz que um cachorro com vários donos morre de fome, é necessário compreender a natureza dessa iniciativa e como o animal se sente nesta situação.

Segundo Helison Alba, adestrador e fundador da companhia de adestramento Canem Company, as empresas optam por adotar os cães ou apenas permitir que os funcionários levem seus pets durante o experiente. “Quando o cão é adotado pela empresa e passa a morar no escritório, ele encara aquele espaço como uma extensão de seu território”, explica Alba.
 
A médica veterinária Dra. Ivana Carvalho, responsável pelo Hospital Veterinário Office Dog & Cia, concorda, pois “os cães que convivem no ambiente de trabalho geralmente pertencem a algum funcionário da empresa, ou seja, eles vão passar menos tempo sem o dono. Isso diminui a carência afetiva que pode surgir dessa ausência. Além do mais, em um escritório, eles terão várias pessoas que também estarão dispostas a dar atenção a eles”. Para ela, não é novidade que “os animais têm o talento de unir pessoas e minimizar os efeitos negativos que o emprego pode causar a alguém”.

E nem para a executiva Sonia de Pieri. Além de levar diariamente sua cadelinha Mell para a empresa de comunicação que comanda, há alguns meses ela adotou uma filhote de Labrador, abandonada com outros cinco irmãos em uma calçada da zona sul de São Paulo. “Hoje ela é nossa alegria, nos anima, nos dá carinho e atenção, além de roer os móveis, é claro. Ela é uma cachorra privilegiada, pois o espaço que tem aqui na empresa, muitas famílias não têm -- um quarto com banheiro e um quintal equipado com churrasqueira”, vibra a empresária. 

Mell conquistou a equipe de Pieri de tal forma que a cadela está até no site da companhia como se fosse um funcionário, e quem acessa pensa realmente se tratar de uma pessoa. Já a galera do QG da revista digital Papo de Homem foi além e transformou o golden retriever que eles mesmos chamam de “mascote saco-roxo” numa verdadeira celebridade na web. 

Quanto à segurança, Carvalho recomenda o cuidado de nunca deixar que o cão vá para a rua sozinho ou, no caso de prédios, se aproxime de uma janela sem tela de proteção. Como algumas pessoas têm receio ou não toleram cachorros, o melhor é que a decisão de adotar um mascote seja tomada em conjunto com toda a equipe.

De acordo com Alba, as raças que se adaptam mais facilmente ao ambiente de trabalho incluem o Labrador, Golden Retriever, Lhasa Apso, Yorkshire, Shih-Tzu, e os famosos Vira-latas. O adestrador lembra que, para a experiência ser positiva para todos, o cão deve ter espaço para se locomover -- não deve ficar preso o tempo inteiro na guia ou em um espaço muito reduzido -- e ter acesso total à comida, água fresca e local estipulado para fazer suas necessidades.