Os benefícios do ócio Trabalhar por horas a fio não é sinônimo de produtividade. Tire proveito das conversas paralelas e até mesmo das redes sociais gplus
   

Os benefícios do ócio

Trabalhar por horas a fio não é sinônimo de produtividade. Tire proveito das conversas paralelas e até mesmo das redes sociais

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Duas posturas opostas são comuns nos escritórios: aquele cara que não tira os olhos do computador o dia inteiro e está sempre 100% focado no que está fazendo, e o outro cidadão que não perde uma oportunidade de se esquivar das tarefas, mas sempre consegue “provar” que estava trabalhando. Em quem você confiaria mais para obter uma solução criativa?

Uma pesquisa publicada pelo News York Times revela que a eficiência de um indivíduo não está relacionada diretamente com a quantidade de tempo debruçada sobre qualquer função. Segundo John P. Trougakos, professor da Universidade de Toronto Scarborough e Rotman School of Management, para o cérebro, concentrar-se numa única tarefa é como usar um único músculo durante um período longo de tempo. Por conta disso, ele recomenda a aplicação de intervalos generosos para recompor as energias no trabalho.

Um artigo da Forbes sobre o assunto contou também com a participação de James A. Levine, professor da Mayo Clinic, que concorda com as conclusões de Trougakos. Para ele, “o pensamento não é um processo contínuo”, sendo o trabalho produtivo muito mais valioso do que “várias horas de trabalho aproveitadas parcialmente”. Levine declarou ainda que o ideal seria trabalhar em períodos de 15 minutos divididos por intervalos, e que até a soneca depois do almoço colaboraria para isso.

De acordo com o master coach Sérgio Ricardo, especialista em Gestão Comportamental com Neurociência e Neurometria, essas pausas realmente promovem um aumento da concentração, maior retenção de informações e queda no nível de estresse. Mas e se o seu chefe não larga do seu pé, como você vai fazer pra “distrair a mente”?

Ricardo recomenda sempre observar a cultura geral da empresa, mas sugere ter vasos com plantas e cuidar dos mesmos ou usar o just-in-minute, sistema em que cada hora cheia exige uma pausa de um minuto para “acalmar as tensões”.

Um grupo de pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) demonstrou ainda que aquele papo furado que a galera agita de vez em quando pra quebrar a monotonia laboral também pode ser positivo para o trabalho. O estudo conduzido pelo professor Alexander Pentland descobriu que os funcionários de um call center que conversavam bastante com seus colegas atenderam ligações mais rápido, se sentiam menos tensos e obtiveram as mesmas aprovações que os mais apáticos.

Mesmo não sendo tão efetivo quanto um encontro em pessoa, vale até o uso das redes sociais para espairecer. “O acompanhamento destes acessos deve ser calibrado. Esse comportamento exige maturidade e uma cultura da empresa apropriada”, recomenda o master coach, já que esse recurso utilizado “sem exagero” pode contribuir para a produtividade do funcionário.

Os equívocos mais recorrentes entre aqueles que passam muitas horas debruçados sobre o trabalho são:
  • Acreditar que a produtividade está boa -- o tempo de dedicação não significa qualidade do resultado;
  • Buscar criatividade com o excesso de trabalho;
  • Acumular tensão passando muitas horas seguidas sobre alguma tarefa -- isso inibe a visão.