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Treta no trabalho

Você evita discordar em serviço? Especialista explica a diferença entre brigas e conflitos e como tirar proveito deles

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Os escritórios, refeitórios, salas de reuniões, elevadores e recepções nem sempre são os locais ideais para florescer uma amizade verdadeira. É claro que o coleguismo no ambiente de trabalho não só facilita as tarefas rotineiras como também pode proporcionar conexões duradouras que vão além da carreira. Por outro lado, em nome do bom relacionamento, às vezes ele pode esconder disputas particulares.

E como distinguir se aquele quebra-pau que rendeu semanas de fofocaiada na empresa foi uma briga ou um conflito? Para Fatima Motta, professora doutorada em RH da USP e sócia-diretora da FM Consultores, “a briga é uma disputa que pode ser física, moral ou emocional, onde não há o interesse de chegar a um ponto comum. É uma disputa onde alguém tem que vencer. Já o conflito pode ser entendido como a divergência de opiniões, mas onde há a possibilidade de se chegar a um ponto comum”.

Dessa perspectiva, o conflito pode ser de fato uma ótima ferramenta para alcançar novas resoluções, já que expõe novas possibilidades espontaneamente. Motta explica que para gerir este tipo de disputa é necessário tomar conhecimento da sua existência, entender os pontos de vista das pessoas envolvidas e ajudá-las a chegar a um ponto em comum. Tudo isso acaba melhorando as relações entre funcionários e valorizando suas diferenças. 

Mas afinal, qual o melhor momento para que “os conflitos sejam colocados sobre a mesa”? É preciso contar com uma aura de maturidade entre os colaboradores para que haja confiança e acolhimento. Afinal de contas, quem está disposto a se expor a acusações e censuras num ambiente que não admite novas ideias e sugestões? 

Segundo Motta, para que a comunicação seja fluida no ambiente de trabalho, há vários aspectos que devem ser observados:
  • Definir claramente o que se quer comunicar, ou seja, colocar foco na comunicação;
  • Adequar a linguagem  às pessoas que irão recebê-la;
  • Definir qual a melhor forma para que a mensagem chegue: se é melhor falar pessoalmente, por e-mail , telefone, ou vídeo conferência. Sabe-se que a conversa pessoal, olho no olho, ajuda a compreensão da mensagem, porque podemos utilizar todos os órgãos do sentido. O que nunca se deve fazer é enviar e-mails com cópia para várias pessoas, apenas como uma forma de preservação pessoal;
  • Nunca deixar de falar sobre o que não se concorda;
  • Não levar para o lado pessoal qualquer comentário que seja feito com relação ao trabalho, ou ao projeto em que se está envolvido;
  • Estar aberto para dar e receber feedback;
  • Falar com assertividade, respeitando as diferenças individuais;
  • Construir um caminho de compreensão e confiança, através da abertura da comunicação.