Quando se fala em escolher uma profissão, sempre dizem que é importante gostar do que se faz. Gosta de jogar videogame? Bem, o emprego dos sonhos seria ser pago para jogar, o que o destino reservou para poucos e sortudos. Mas que tal trabalhar na linha de produção?
Quer um exemplo para dar para os seus pais quando for anunciar que quer trabalhar criando games? Mauro Fidelis, 24 anos, do Triskele Studio. “Sempre gostei muito de Artes, mas queria fazer parte do mercado cinematográfico, com concepts e ilustrações, mas no Brasil é um mercado difícil... Aí pensei, como tenho uma grande paixão por jogos, por que não fazer arte para eles? Não teve outra, agarrei a idéia e é o que procuro hoje como profissão.”
A carreira de desenvolvedor de games ganha espaço no mercado de trabalho brasileiro, que, de acordo com a Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos (Abragames), já conta com 40 empresas ativas.
Educação
Para trabalhar na área não é preciso fazer um curso específico, como é o caso de Alexandre Souza, 27 anos, da Doubleletf, que se formou em Publicidade antes de entrar no mercado dos games. Trabalhar com games foi uma consequência e o knowhow ele conseguiu trabalhando em agências, graças à gameficação das campanhas digitais que ganhou força.
Mas quem quer começar na sala de aula tem alternativas que vão desde cursos em escolas especializadas na área até cursos universitários. Separamos algumas opções para vocês:
Escola SAGA
A Saga oferece o PlayGames, um curso de desenvolvimentos de jogos eletrônicos em 3D, onde o aluno aprende a produzir jogos para PC e mobile (iPad, iPhone, Android etc.)
As matérias são dividias em módulos de Arte (Desenho e Escultura) e de 3D (Maya e UDK). Não há pré-requisitos para fazer as aulas, já que nos primeiros quatro meses de curso, os alunos aprendem a base do que precisam para o restante, mas o coordenador Rogério Felix diz que eles procuram identificar um gosto por jogos.
Os alunos produzem em média seis jogos demos ao longo dos 25 meses, mas no final do curso eles terão finalizado um jogo completo. E, olha só que bacana: as salas de aula são equipadas com videogames de última geração.
Custo: R$ 700,00/mês
Os rapazes do Triskele Studio, que desenvolveram o Elements, jogo para o iPad, se conheceram durante o curso na escola. Mauro trancou o curso de Design de Games na Anhembi Morumbi no 3º semetre; Victor Romano, 26 anos, é formado em Nutrição; e Diego Augustus, 26 anos, não terminou a faculdade de Publicidade e Propaganda.
Unidades:
São Paulo / Lapa - (11) 3836-8181
São Paulo / Tatuapé - (11) 2092-9239
Salvador - (71) 3328-8888
Recife - (81) 3463-5888
Brasília - (61) 3561-6155
Belo Horizonte - (31) 3054-1391
http://www.saga.art.br
Anhembi Morumbi
Como você viu Mauro desistiu versão universitária e optou pelo curso da Saga, mas a Universidade Anhembi Morumbi também tem um curso de Design de Games.
O conteúdo abrange:
Design de Games: Conceitos e Processos/Criação e Documentação/Dispositivos Interativos;
Cultura dos Games;
Ilustração em Design de Games;
Roteiro e Storyboard;
Games para Web;
Princípios da Animação;
Modelagem 3D;
Animação de Personagens (3D);
Direção de Arte;
Marketing de Games;
Cinema, Vídeo e Novas Mídias;
Novas Tecnologias em Design de Games;
Programação para Games;
Inteligência Artificial;
Design de Som.
Duração: 8 semestres (4 anos)
Campus Centro
Rua Dr. Almeida Lima, 1.134 – Mooca, São Paulo
Tel: (11) 2790-4500
SENAC
Quem procura um curso de pós-graduação pode optar pelo Games: Produção e Programação, do SENAC. As aulas são práticas (em laboratório) e teóricas; os softwares são GameStudio, CVS, C++, Microsoft Office, Project, Softimage XSI e Adobe Photoshop.
Além de programação para games (3D, inteligência artificial, simulação de física e jogos em rede), o aluno vê modelagem e animação, game cultura, game design e empreendedorismo voltados à produção dos jogos.
Carga horária: 408 horas.
Vagas: 24
Unidade SENAC Lapa Tito
Rua Tito, 54 - Lapa, São Paulo
Tel.: (11) 2888-5500
postito@sp.senac.br
Games e Advergames
Uma pesquisa revelou que 4 em 10 brasileiros tem o hábito de jogar games e o mercado internacional aceita bem o produto brasileiro (40% da nossa produção é voltada para exportação). Mas além dos games desenvolvidos visando o puro entretenimento do jogador e o lucro dos estúdios, existe também o advergames.
Você pode não reconhecer o nome, mas com certeza já deve ter dado de cara com eles. Os advergames são jogos que tem a finalidade de vender/divulgar um marca, um produto. O nome vem da união advertise e games, ou seja, anúncio e jogos.
Apesar dos profissionais acreditarem que há espaço para crescimento dos nossos games no exterior, o mercado brasileiro ainda precisa se desenvolver muito. Gilberto Akisino, 43 anos, da Gamemaxx, empresa que publica o Cabal Online aqui no Brasil, chama atenção para países como Coréia do Sul e China, que “vem atropelando”.
O governo sul-coreano, por exemplo, investiu tanto no setor que criou um ministério para cuidar dos assuntos e oferece até financiamento para quem quer começar uma empresa de games. Os jogos online geram cerca 70 mil empregos diretos por lá e os indiretos podem chegar até 300 mil.